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13 de agosto de 2011

82% dos municípios cearenses têm alunos na UFC


Claudiana Martins estuda na UFC após cursar o
ensino médio em escola pública - foto Sara Maia
O vestibular da Universidade Federal do Ceará, acontecido ano passado pela primeira vez aos moldes do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), abriu as portas do ensino superior público a muitos interioranos do Estado. Em 2011, 151 municípios cearenses aprovaram estudantes pela UFC. O salto, identificado pela reitoria este ano, aponta tendências expansionistas e significa boa notícia para o reitor Jesualdo Faria. “O Sisu democratiza o vestibular e a expansão da UFC pelo Interior também é responsável pela mudança. Estes resultados nos deixam bastante felizes”, declara.

Em consonância com as boas novas aportadas pelo derradeiro concurso, saiu o resultado de pesquisa nacional realizada em 2009.2 pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) cuja participação da instituição também traz novidade. Os números são comemorativos. 63,5% dos universitários federais no Ceará têm renda familiar igual ou inferior a R$ 2.656. Apesar de a maioria dos estudantes virem de famílias não tão abastadas, 65% fizeram ensino médio em escola particular.

Não é o caso da Claudiana Martins. Aos 23 anos, essa cearense de Apuiarés, município a 119 quilômetros da Capital, cursa o terceiro semestre em pedagogia na UFC – antes disso, foi aluna de escola pública. O Programa de Educação em Células (Prece) foi quem fez o link entre Apuiarés e o ensino superior. O Prece é projeto de extensão da própria UFC, os universitários participantes viajam as cidades interioranas do Ceará para preparar os vestibulandos estado afora. “Não fossem eles, eu não pensaria na universidade”, admite a estudante.

Aos finais de semana, Claudiana devolve os conhecimentos a jovens como ela. Volta para casa em ônibus da Secretaria da Educação do Estado e conversa com os novos vestibulandos, agora voltados para as artimanhas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. “Depois da formatura, quero voltar pra casa. Ensinar no Interior. A vida é mais calma e quero devolver o que recebi”.

“Com a expansão - sobretudo pelo interior - era esperado pela reitoria. Sempre se dizia o contrário por aí, mas o que ainda acontece são os cursos historicamente ocupados por alunos da escola particular. Medicina é o mais conhecido”, complementa Jesualdo. O levantamento específico por curso está em andamento pela reitoria. O perfil financeiro modesto dos estudantes universitários, conforme o reitor, tende à ampliação: “Este ano, acredito, estamos em melhor situação”.

C0m informações O Povo Online

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