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31 de outubro de 2013

Lula: "Quem critica o Bolsa Família é porque nunca passou fome"

O ex-presidente Lula e sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, comemoraram os resultados socais e econômicos de 10 anos do Bolsa Família - foto Antonio Cruz
A cerimônia de dez anos do programa Bolsa Família realizada ontem serviu de palco para que o ex-presidente Lula defendesse os êxitos da transferência de renda para os mais pobres e atacasse duramente seus críticos. O petista disse que, se estivesse iniciando seu governo agora, com a experiência que conquistou, começaria da mesma forma, combatendo a fome e a desigualdade. Lembrou de sua origem pobre e disse que os que criticam o Bolsa Família nunca passaram fome. Afirmou também que são preconceituosos ao afirmar que o pobre está no Bolsa Família porque não quer trabalhar. 

“Isso é preconceito. É tentar transmitir para o pobre a culpa pela pobreza”, afirmou. Em resposta a uma crítica recorrente de que o Bolsa Família não ofereceria porta de saída para seus beneficiários deixarem o programa e superarem a miséria por meio do trabalho, Lula disse que a transferência de renda é o início desse processo.

Sem citar nomes, ele desqualificou adversários políticos, jornalistas e analistas que, ao longo dos anos, criticaram de alguma forma o programa. “Chama atenção que as pessoas falam tanto de porta de saída quando as portas de inclusão acabam de ser abertas. Vamos deixar claro que o programa acaba de completar dez anos num país onde as injustiças vêm de cinco séculos”, afirmou. O ex-presidente destacou o impacto multiplicador dos gastos do Bolsa Família ao estimular o consumo e o comércio do país e defendeu que o governo continue destinando recursos para a população de menor renda.

Direcionando sua fala diretamente aos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento), responsáveis pelo Orçamento da União, pediu: “Parem de regatear dinheiro para os pobres!”.

Exaltado, Lula criticou economistas de bancos que defendem o arrocho fiscal, o aumento do desemprego e a redução dos ganhos salariais como forma de ajustar a economia. Segundo ele, se isso funcionasse, a Europa não estaria em crise. Citou os gastos dos EUA na guerra do Iraque, que chegariam a US$ 3 trilhões, e disse que isso seria suficiente para bancar um programa de transferência de renda para 1,5 bilhão de pessoas por dez anos.

Lula contou que, em uma conversa sobre a perspectiva de invasão do Iraque pelos EUA com o ex-presidente americano George W. Bush no final de 2002, disse: “Eu moro num país que fica a 14 mil km do Iraque. O Bin Laden nunca me fez nada. Minha guerra é contra a fome”.

Com informações O Povo Online

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