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14 de agosto de 2014

A tragédia que muda o rumo das eleições

Local da queda do avião que vitimou Eduardo Campos (Foto: Pedro França)
O roteiro original da quarta-feira (13/08) previa a participação em um evento da revista Exame, na capital paulista. Mas o desejo de cumprir uma “agenda de rua” fez com que, dias antes, o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) mudasse de planos. A decisão foi seguir para Santos, no litoral de São Paulo. Já perto de chegar ao destino, a tragédia: o jato que levava Campos, quatro pessoas de sua equipe e dois pilotos caiu em uma área residencial da cidade, interrompendo de forma súbita seu projeto de chegar ao topo do poder Executivo no País.

A aeronave havia decolado no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à base aérea de Guarujá. Ninguém sobreviveu. Eduardo Campos, de 49 anos, morreu no dia 13 de agosto, mesma data em que, em 2005, seu avô Miguel Arraes, também ex-governador de Pernambuco e também ex-presidente nacional do PSB, falecia aos 88 anos.

O presidenciável – que aparecia em terceiro lugar nas pesquisas, com 8% dos votos – participaria de três atos de campanha na Baixada Santista, um dia após ter estado no Rio para entrevistas ao Jornal Nacional, da Rede Globo, e ao Jornal das Dez, do canal GloboNews.

A última noite de Campos foi em Copacabana, jantando na companhia da mulher, Renata, e do filho caçula, Miguel, de sete meses, que ficou dormindo no carrinho de bebê parte do tempo.

Após deixar as emissoras, Campos chegou por volta de 22h30min ao restaurante do hotel Sofitel, onde estava hospedado. Os garçons juntaram duas mesas para acomodar o grupo de sete pessoas no deque de madeira do lugar, com vista para a Praia.

A capital de Pernambuco parou quando as primeiras notícias sobre o acidente com o avião Cessna 560XL se espalharam. A reação dos moradores era de apreensão e incredulidade. A administradora Maria do Carmo Barbosa conta que assistia à missa na igreja Nossa Senhora do Paz, no bairro de Afogados, quando o padre recebeu um bilhete sobre a morte de Campos e interrompeu a celebração. “O padre estava de pé e, nesse momento, passou mal e lhe ajudaram a sentar”, contou. A notícia foi transmitida aos fiéis pelo ajudante do padre. “Teve gente que começou a chorar, foi um clima de comoção total”, afirmou.

O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, considerou que Eduardo Campos “vivia o auge de sua brilhante carreira política” . Renata Campos, mulher de Eduardo Campos, procurou manter uma atitude de firmeza diante dos cinco filhos e das dezenas de familiares, políticos e amigos que estiveram ontem na casa da família, na zona norte do Recife.

Pessoas que estiveram com ela dizem que Renata se mantinha serena - no início da noite, contudo, era possível vê-la pelo muro da casa com ar de choro. “Não estava no script”, dizia Renata a quem a abraçava.

O velório deverá ser realizado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano. O enterro será no cemitério de Santo Amaro, no centro do Recife. Ele será sepultado no túmulo onde está o avô, Miguel Arraes (1916-2005).


Com informações O Povo Online

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