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17 de março de 2015

Dilma promete "diálogo humilde e firme"

Dilma por ocasião de pronunciamento no Palácio do Planalto (Foto: Roberto Stuckert Filho)
A presidente Dilma Rousseff (PT) se pronunciou ontem pela primeira vez desde as manifestações do último domingo, 15. A petista defendeu o seu governo, prometeu “diálogo humilde e firme” e acenou com um pacote anticorrupção ainda nesta semana. De acordo com a presidente, a corrupção, tema predominante nos protestos, ‘é uma senhora idosa”, anterior à chegada do PT ao governo.

Para grupos que foram às ruas pedir a saída da presidente, como o Movimento Brasil Livre (MBL), a resposta de Dilma é insuficiente. Coordenador nacional do MBL, Fábio Ostermann afirma que a renúncia é a “única medida cabível”.

O grupo, diz ele, defenderá a bandeira do impeachment em nova manifestação, marcada para 12 de abril. “A conversa é a mesma de 2013. Nada mudou. Não dá para acreditar que ela esteja mais humilde”, critica.

O deputado estadual Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) acredita que, se a presidente realmente quisesse combater a corrupção, já teria feito isso no primeiro mandato. “Há propostas tramitando no Congresso que ela não regulamenta. Em vez de apresentar novas, poderia aproveitar as que já estão aí. O que ela precisa é dar mais liberdade ao Parlamento”, argumenta.

Durante o pronunciamento de ontem, Dilma pediu trégua aos opositores: “Vamos brigar depois, agora vamos fazer tudo aquilo que tem de ser feito pelo bem do Brasil”. No esforço de reduzir o desgaste de sua imagem, a petista também admitiu que pode ter cometido exageros na condução da economia nos últimos anos.

“O governo cometeu um erro no Fies. Passou para o setor privado o controle dos cursos [...]. Isso não é culpa do setor privado. Fomos nós que fizemos isso”, afirmou.

Segundo a presidente, as propostas do pacote anticorrupção seriam as mesmas apresentadas em campanha, nas eleições de 2014. Diante da pressão popular nas ruas no domingo, que surpreendeu tanto o governo quanto a oposição, Dilma terá de apressar a apresentação do projeto, antes prometido para até seis meses após a posse.

De acordo com Sônia Fleury, cientista política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), falta liderança no governo. “Eles deveriam apresentar mais claramente as propostas e explicar ao povo quem vai sofrer as consequências da crise”, analisa.

Para Sônia, o pedido de impeachment sem fundamento legal configura um recurso anti-democrático e incitação por intervenção militar, um crime.

“Acho preocupante o fato de que as lideranças de oposição não tenham vindo a público se manifestar contra esse tipo de pedido anti-democrático. Isso é uma conivência silenciosa”, disse.

Gomes de Matos defende-se e diz que isso não existe por parte do PSDB. “Houve infiltrações de pessoas querendo golpe. Não existe no PSDB nenhum desejo desse tipo (de afastar a presidente)”, defendeu.

A pesquisadora da FGV acrescenta que, em vez de intolerância, o momento político pede por cooperação e diálogo entre pessoas com ideologias opostas.

Com informações O Povo Online

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