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13 de julho de 2015

Aliados de Eunicio dizem que ataque de Cid Gomes é picuinha

Picuinha. É assim Gaudêncio Lucena (PMDB), vice-prefeito da capital e um dos principais aliados do senador Eunício Oliveira (PMDB), define o ataque que este sofreu, via Facebook, do ex-governador Cid Gomes (Pros). 

“Tem gente que tem um telhado de vidro que não tem tamanho”, ironiza, após lembrar que Cid indicou o irmão mais novo, o hoje secretário das Cidades Ivo Gomes (Pros), para sua Chefia de Gabinete e o mais velho, o ex-governador Ciro Gomes (Pros), para a secretaria da Saúde. “Uma mistura de achaque com nepotismo”, classifica. 

No sábado (11/07), Cid postou em sua página no Facebook que “os achacadores não estão só na Câmara dos Deputados”, compartilhando notícia sobre a nomeação do advogado Ricardo Fenelon Júnior, genro de Eunício, para diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil. Até o fechamento desta página, a postagem tinha quase 2.500 “curtidas” e quase 400 compartilhamentos, um deles de Ciro Gomes.

Gaudêncio defende a indicação de Fenelon que, de acordo com o vice-prefeito, tem capacidade técnica para assumir o cargo. Fenelon Júnior seria especialista na área de aviação civil. “Trabalhou até na Nasa”, afirma.

Do lado cidista, o clima parece mais ameno entre os aliados do ex-governador. Para quem foi ouvido pelo O POVO ontem à tarde, o comentário não passou disso: um comentário. “Todo mundo sabe da desavença que há entre o Cid e o senador Eunício”, declara o deputado federal Domingos Neto (Pros). Ele descarta a possibilidade de a crítica ter tido objetivo político. “Evento político é a reunião que vai acontecer amanhã (hoje)”.

O evento a que se refere o deputado federal é a reunião dos filiados ao diretório cearense do Pros que acontece na noite de hoje para debater a conjuntura interna do partido e a possibilidade de uma desfiliação coletiva da legenda.

O grupo político dos Ferreira Gomes não esconde o desconforto dentro do partido e os atritos com a direção nacional. Segundo o presidente da Câmara Municipal, Salmito Filho (Pros), havia um compromisso com os dirigentes nacionais de um encontro para debater o programa do partido, que os cearenses considerariam por demasiado direitista. Até o nome da legenda - Partido Republicano da Ordem Social - foi considerado conservador e sob possibilidade de ser modificado. O encontro, entretanto, nunca aconteceu.

A saída, de acordo com Salmito, ainda não está assegurada. Existe a possibilidade de o diretório cearense partir para um confronto público com a direção nacional, tentando forçar a convocação do encontro. O ex-líder de Cid na Assembleia, José Sarto (Pros), porém, considera a permanência improvável, conforme publicou o jornal O POVO. Mesmo filiados que não dão como certa a desfiliação admitem que a situação é complicada. O anúncio público das conversas com o PDT teria servido também como uma forma de tentar abrir o canal de diálogo com a direção nacional. Não houve sucesso. “Parece que eles nos querem fora do partido”, diz um integrante da legenda.

Segundo apurado pela reportagem, Ciro demonstra disposição para a possibilidade do enfrentamento público. Cid, nas reuniões, não teria verbalizado sua opinião, mas integrantes do PDT garantem que ele já estaria acertando sua filiação ao partido.

Uma das questões a serem solucionadas no caso da desfiliação é a fidelidade partidária. De acordo com a legislação eleitoral, o Pros não pode pedir o mandato dos prefeitos, por serem eleitos de forma majoritária, e nem dos vereadores, que conquistaram a vaga em 2012, quando o grupo ainda era filiado ao PSB, sendo os socialistas os únicos poderiam fazê-lo. O Pros, porém, pode acionar a Justiça em relação aos deputados federais e estaduais, eleitos em 2014 já pela legenda.

Com informações O Povo Online

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