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29 de outubro de 2015

Rejeição a presidenciáveis divide opinião de especialistas

Acerca de três anos para as eleições presidenciais, possíveis nomes para a disputa não parecem agradar o eleitor. É o que mostra a pesquisa feita pelo Ibope Inteligência entre os dias 17 e 21 de outubro deste ano com 2.002 pessoas de 16 anos ou mais, em 140 municípios.

O instituto apresentou seis nomes para o pleito de 2018: o ex-presidente Lula (PT), os ex-ministros Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) e os tucanos Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin. Todos ficaram praticamente empatados nas respostas dos eleitores à pergunta: “Em quem não votaria de jeito nenhum?”

Lula é quem aparece um pouco à frente na rejeição, com 55%. O ex-presidente, no entanto, de acordo com a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, empata tecnicamente com o senador José Serra.

Alckmin e Ciro vêm logo depois, com 52% de rejeição cada, seguidos por Marina, com exatamente metade do índice. Aécio vem por último, com 47%.

“Não há novidade, são todos nomes velhos, que não representam mais nada”, analisa o sociólogo e cientista político da Universidade Federal do Ceará (UFC), Uribam Xavier.

A explicação não é a única possível: segundo estudiosos que conversaram como jornal  O POVO, a rejeição pode não ser apenas aos candidatos, mas estender-se a todo o processo político brasileiro.

Para Flávio Britto, cientista político e advogado especialista em direito eleitoral de Brasília, os números mostram uma sociedade “descrente com todo o sistema político e administrativo do País”.

Segundo ele, a minirreforma política e os últimos escândalos de corrupção também têm influência na resposta negativa.

Ambos citam possível “crise de representatividade”, porque os eleitores não estariam se sentindo representados pelos políticos.

As saídas para a rejeição passariam tanto por novos nomes quanto por reformas mais profundas. Ou, como defende Uribam, uma maior “politização da sociedade, que viria a longo prazo”.

O professor, aliás, vai além. Para ele, nada de reforma política. A solução viria com “novos nomes, nova mensagem, novos formatos do sistema, nova esperança” para a população.

Sued Lima, pesquisador do observatório das nacionalidades da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e estudioso de política, é mais cético quanto ao resultado da pesquisa. De acordo com ele, o resultado da pesquisa “reflete momento em que a classe política está na berlinda, que dificilmente será permanente”.

Ele acredita que não há como fugir desses nomes para a disputa e que a rejeição não vai durar até 2018.


Com informações O Povo Online

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