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11 de janeiro de 2016

"PT e PDT podem ter prioridades diferentes", diz José Guimarães

A pressão do ministro das Comunicações e presidente do PDT Ceará, André Figueiredo, que cobrou apoio do PT à reeleição do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), causou desconforto entre petistas.

“O que é prioridade do PDT não necessariamente é do PT, e o que é prioridade do PT não necessariamente é do PDT”, rebateu, ontem, o deputado federal e líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT).


Em entrevista ao jornal O POVO na última sexta-feira (08/01), Figueiredo afirmou que a reeleição de Roberto Cláudio é prioridade nacional do PDT e que “eventual racha” em Fortaleza “será levado em consideração para futuras alianças e gerará tensões”. Segundo ele, um desentendimento entre as siglas na Capital terá reflexos no cenário nacional.

Declaradamente oposição a Roberto Cláudio, o PT Fortaleza defende a tese de candidatura própria, tese encabeçada sobretudo pela ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins (PT).

O grupo, no entanto, tem perdido força devido a influência de lideranças estaduais que cogitam apoiar o possível ex-adversário RC, dentre elas o próprio governador Camilo Santana (PT).

A cobrança pública de Figueiredo gerou desconforto no PT. “Temos todo respeito partidário ao próprio André Figueiredo, mas ele está apontando o horizonte do partido que ele dirige. Para nós do PT municipal, o PT terá candidatura própria”, pontuou o vereador Ronivaldo Maia.

“O PDT, nessa fala do André, fica cobrando do PT que, nesse momento, a gente tenha de pensar num projeto geral, mas o PDT é um aliado nacional que faz questão de ter postura de independência em relação do PT”, destacou. Para ele, o PDT não é um aliado condicionado a apoiar o PT “em qualquer circunstância”.

O deputado José Guimarães disse que o PT “nem impõe, nem aceita imposição”. Para ele, há uma aliança entre os partidos no âmbito nacional sem interferência nas eleições municipais. “A (direção) nacional interfere, mas não decide”. Guimarães afirmou que não há crise entre os partidos e que os ajustes são “normais” e serão discutidos com os aliados “na hora certa”. “Ninguém vai impor nada”, frisou.

Na semana passada, o presidente do PT Ceará, Francisco de Assis Diniz, sugeriu que a legenda pode aliar-se ao prefeito nas eleições de 2016. O PT não pode deixar de “considerar a importância” que Roberto Cláudio teve na campanha de Camilo em 2014.

O presidente estadual do PT também afirmou que o posicionamento dos irmãos Cid e Ciro Gomes, hoje no PDT, em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) deve ser considerado pelo partido para alianças em 2016. Sobre a postura de oposição do PT municipal ao prefeito Roberto Cláudio, De Assis afirma que será “ponderada”.

Na última semana, o ex-governador Cid Gomes sugeriu que Dilma Rousseff deixe o PT, como estratégia para que ela reverta os baixos índices de popularidade, isentando-se do processo eleitoral de sua sucessão.

A ex-prefeita Luizianne Lins (PT) rebateu o conselho de Cid Gomes e disse que a ação de tentar dissociar Dilma de seu partido e do ex-presidente Lula, é estratégia para “preparar terreno” para candidatura do irmão Ciro Gomes à Presidência.

PT Ceará marcou para 30 de janeiro um encontro com os diretórios na Capital para discutir a estratégia eleitoral de 2016. Antes, partido deve se reunir na Região do Cariri, no próximo dia 16.


Com informações O Povo Online

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