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31 de março de 2018

Jovens altaneirenses encenam peça Paixão de Cristo

Naurício Sousa no papel de Jesus. (Foto: Nicolau Neto)
Depois de seis anos a peça “Paixão de Cristo” voltou a ser encenada em Altaneira. Diferentemente de 2012, o ponto máximo do teatro que conta – segundo a tradição religiosa cristã -, os últimos passos da vida de Jesus Cristo aconteceu no patamar da matriz da Igreja Católica. Centenas de pessoas acompanharam atentamente a crucificação.

Nesta edição (30/03), a grande maioria dos interpretes eram jovens que para a realização do espetáculo iniciaram um percurso que partiu às 19h50min da Capela de São José e caminhou pela rua Deputado Furtado Leite até a matriz.

As interpretações dos atores e atrizes esbanjaram talento na arte de improvisar e interpretar, o que causou  forte emoção do público que acompanhava atentamente cada cena desenvolvida nas cinco estações. “Não precisa bater tão forte assim”, dizia uma mulher. “Ele apanhou tanto e ainda tem pessoas que não respeita o dia dele”, argumentou outra.

O som não ajudou muito para quem de longe tentava ouvir. Nem mesmo o discurso reflexivo e que conclamava a união do poder público e da sociedade civil para mudar a realidade da juventude por meio da arte e do teatro, de Raimundo Sandro Cidrão, professor e membro da Sociedade Teatral Santanense, responsável diretamente pelo empréstimo dos figurinos ao grupo altaneirense, foi ouvido com a intensidade que se deveria ouvir.

Mas quem conseguia se aproximar se encantava com tamanha desenvoltura e talento daqueles que mesmo com todas as dificuldades, conseguiram fazer o que se propuseram a realizar. O poder através da arte, do teatro e da cultura conseguiu se sobrepor ao revés. O mais incisivo na peça era o jovem João Paulo, um dos coordenadores do grupo e que interpretou um soldado romano responsável por torturar Jesus antes de coloca-lo na cruz. “Vamos, tu não diz que é rei”, gritava enquanto o açoitava.

O papel de Jesus foi dado ao estudante do ensino médio integrado a educação profissional, Naurício Sousa. O momento da crucificação, um dos mais esperados, causou silêncio na plateia. “Você não tem temor a deus? Nosso sofrimento é justo, mas ele não fez nada de mal. Lembre-se de mim Jesus, quando o senhor estiver no paraíso”, falou um dos “ladrões”. “Eu te prometo que hoje mesmo estarás no paraíso comigo”, respondeu Naurício (o intérprete de Jesus). “Vejam! Ele fala com os ladrões”, disse João Paulo (soldado).

Durante a encenação era visível à angústia da plateia que não conseguia ouvir as palavras ditas. Segundo o professor Sandro Cidrão em conversas com este blogueiro, o que pode ser feito nas próximas edições para sanar este problema é gravar as falas e os personagens apenas dublarem. "Em Santana do Cariri quando começamos também era nesse formato, depois modificamos".“Isso será bom não só para o público, mas principalmente para os protagonistas do momento que se desgastarão menos”, pontuou.

Atuação também de destaque foi a de Sávio Marinho que representou dois papeis, o de Pôncio Pilatos – governador da província romana da Judeia e o responsável, conforme tradição religiosa cristã, pela condenação de Jesus e o do anjo anunciador.

Mais de duzentas pessoas prestigiaram a exibição do teatro que contou com cerca de cinquenta integrantes.

Com informações Blog Negro Nicolau

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