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16 de maio de 2018

Os desafios do Ceará para as próximas décadas

Jair do Amaral, professor da UFC, diz o que é preciso para desenvolver o Ceará (Foto: Alex Gomes)
A baixa produtividade de trabalho e a pouca absorção de inovação e conhecimento dos setores produtivos estão entre os principais desafios para o crescimento da economia do Ceará. A conclusão está no estudo feito para o projeto Ceará 2050, que planeja o desenvolvimento do Estado para os próximos 30 anos.

Investimentos como a trinca de hubs - aéreo, portuário e de telecomunicações - podem ajudar a preencher estas lacunas, mas é preciso também se preocupar em como levar o desenvolvimento ao Interior. O alerta é do professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jair do Amaral.

“Estes empreendimentos abrem grandes possibilidades ao exigir da economia do Estado um patamar superior de produtividade. Mas é preciso olhar com atenção para o Interior, porque a distância em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) da Capital é muito grande e é justamente lá que está concentrada a pobreza”, avalia.

Amaral, que conduziu os estudos sobre o desenvolvimento dos últimos 30 anos, diz que houve avanços significativos na educação, saúde e governança. Na parte econômica, o Ceará, por exemplo, melhorou a participação no PIB nacional que era de 1,44%, em 1970, para 2,2%, em 2015. E cresceu a uma média de 3,39% ao ano, enquanto o País subia a 2,32%. “Se esta diferença se repetir para os próximos 30 anos, haverá uma convergência das taxas de crescimento”, afirma.

Os dados foram apresentados ontem na abertura do seminário “O Ceará que será em 2050”, evento que está reunindo a sociedade civil, pesquisadores e representantes do Estado para discutir, em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará (CEC), as bases do desenvolvimento do Estado.

A programação, aberta ao público, segue hoje no CEC colhendo sugestões do que pode ser feito no curto, médio e longo prazo. O coordenador geral do programa, Barros Neto, explica que a ideia é debater o desenvolvimento em cinco grandes dimensões: econômica, ambiental, social, territorial e institucional. Esta discussão será levada também para as 14 regiões de planejamento do Estado, no período de 28 de maio a 29 de junho.

Em outra frente estão sendo buscados exemplos de outras partes do mundo. E a partir destes diagnósticos serão traçadas metas e projetos que podem ajudar a alcançar os resultados. “Estamos trabalhando fortemente a governança para que este não seja um plano de governo, mas de Estado”.

Para a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, é esta união de esforços que vai fazer com que o Estado pare de “enxugar gelo”. “Nós só temos perspectiva de resolver os problemas mais graves, mais complexos, se tiver um planejamento de longo prazo efetivo, com ampla participação de todos”.

O secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, César Ribeiro, destaca que passos importantes já foram dados, mas, ao mesmo tempo, aumenta a responsabilidade de fazer com que a condução dos projetos se dê de forma sustentável.

Com informações portal O Povo Online

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