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5 de julho de 2018

Vaiado por empresários ao criticar reforma trabalhista, Ciro reage: "É assim que vai ser"


O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, foi vaiado em evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ontem (04/07), em Brasília, ao defender que a reforma trabalhista foi uma “selvageria” aprovada contra os trabalhadores. Ele voltou a dizer que, se eleito, irá ouvir todos os setores antes de sugerir uma nova proposta para a área.

“Não tenho poder de revogar a reforma trabalhista no primeiro dia. Precisamos substituir essa selvageria por uma verdadeira reforma trabalhista. Meu compromisso com as centrais sindicais é botar esta bola de volta para o meio de campo”, disse. O discurso fez com que parte da plateia iniciasse uma vaia contra o pré-candidato.

Ciro reagiu: “Pois é, vai ser assim mesmo. Se quiserem presidente fraco, escolham um desses aí que vêm com conversa fiada para vocês”. Em seguida, o pré-candidato pediu que a plateia colocasse a “mão na consciência”. “50 milhões de compatriotas nossos estão vivendo o pão que o diabo amassou na informalidade. Vamos colocar a mão na consciência, cavalheiros”, afirmou.

O evento promovido pela CNI, chamado “Diálogo da Indústria com os candidatos à Presidência da República”, tem como objetivo apresentar aos presidenciáveis propostas do setor para as eleições deste ano.

Antes do fim de seu tempo, Ciro voltou a falar sobre o assunto e procurou defender que o problema da indústria brasileira não são os salários de trabalhadores, mas sim a política de câmbio e juros. Em seguida, ele arrancou aplausos da mesma plateia ao dizer que irá agir sobre “os dois preços centrais que estão desindustrializando o Brasil: câmbio e juros”. “Vou agir para a indústria sobreviver e competir”, acrescentou ao receber apoio dos presentes no evento.

O episódio irritou o pré-candidato. Em coletiva de imprensa após o evento, Ciro minimizou as vaias e criticou as perguntas dos jornalistas sobre o caso. “Não tem jeito, é a isso que vocês vão dar destaque. Escreva o que você quiser”, disse a um jornalista. “Fui vaiado por uma pequena fração da plateia, mas não estou preocupado. Meu lado é o lado da classe trabalhadora”, afirmou.

Ele também ironizou o fato de a mesma plateia ter aplaudido, mais cedo, o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que também discursou no evento da CNI. “Sinal dos tempos”, respondeu. “Cada um tem o candidato que merece, eu teria vergonha de bater palma para o Bolsonaro”, afirmou.

Com informações portal O Povo Online

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