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13 de março de 2019

Olavo de Carvalho xinga e estimula demissões no Governo Bolsonaro


A demissão do número dois da Educação, Luiz Antonio Tozi, e o agravamento da crise interna no ministério foram precedidos por uma série de postagens, no Twitter, do escritor Olavo de Carvalho, "guru" bolsonarista e responsável pela indicação de dois ministros - entre eles o titular da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez.

As críticas, entre elas ao próprio Tozi, seriam uma retaliação "ao expurgo" promovido contra ex-alunos de Olavo dentro do Ministério da Educação (MEC).

A disputa interna no MEC envolve pelo menos três grupos: os chamados "olavistas", ligados a Olavo, os militares ou que foram indicados por eles, e os de perfil mais técnico, em geral oriundos do Centro Paula Souza (autarquia do Estado de São Paulo que administra as faculdades e escolas técnicas). Há ainda um grupo formado por ex-alunos do ministro, de perfil conservador.

Depois da sucessão de críticas que Vélez passou a receber por se preocupar apenas com questões ideológicas, os técnicos o convenceram de afastar "olavistas". Olavo e seus discípulos reagiram.

Em suas redes sociais, Olavo publicou nos últimos dias dezenas de mensagens com recados ao governo, a Vélez e a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, ele elogiou a demissão do Coronel Roquetti. Considerado um desafeto do grupo "olavista" dentro da pasta, Roquetti era diretor de programa da Secretaria Executiva. Ele se indispôs com o grupo seguidor de Olavo, que o acusavam de tentar isolar o ministro.

Após a demissão de Roquetti, Olavo elogiou a medida e publicou que era necessário "concluir a limpeza". "Diante de uma operação de infiltração como essa, ninguém pode ser poupado. É preciso mandar todos para a rua, a começar com o tal Tozi, que estava capitaneando a operação com o Roquetti", escreveu em seguida.

Olavo também já fez ameaças ao próprio ministro Vélez Rodríguez, dizendo que um acordo com grupos que tiveram influência antes da eleição seria um "crime", e chegou a sugerir a demissão do ministro. "Recomendei o ministro Vélez, mas se ele cair no erro monstruoso que mencionei (acordo com quem estava na pasta antes), ponham-no para fora", diz a mensagem publicada na segunda.

Em suas redes, Olavo negou ter influência no ministério. "Nada fiz contra o tal Coronel Roquetti, apenas reclamei contra a remoção de alunos meus", disse, referindo-se à demissão de olavistas no ministério na semana passada.

Em outra mensagem, escreveu que não deseja derrubar nenhum ministro e afirmou que apenas apresentou as pessoas. Ele usou um palavrão para externar sua opinião.

Com informações portal O Povo Online

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