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29 de junho de 2019

Moro fala em "ataques" e "revanchismo" sobre vazamentos


Moro recebeu do governador de São Paulo João Doria a medalha Ordem do Ipiranga no grau grã-cruz, o mais alto de todos (Foto: Marcelo Gonçalves)
Alvo de críticas após da divulgação, pelo site The Intercept Brasil, de supostos diálogos com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, aproveitou uma homenagem feita ontem (28/06) pelo governador João Doria, em São Paulo, para se defender do que chamou de "ataques". Em discurso de 13 minutos, o ministro chamou de "revanchismo" a divulgação de diálogos.
 

"Nas últimas três semanas tenho sofrido vários ataques novamente. Achei que a Operação Lava Jato tinha ficado para trás, mas há um certo revanchismo que às vezes reaparece", disse. Em seguida ele agradeceu o "apoio" do presidente Jair Bolsonaro, que está no Japão, na cúpula do G-20.

Havia a expectativa de que novos diálogos fossem divulgados na noite de ontem pelo Intercept. O jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site, chegou a confirmar via Twitter que novas informações referentes aos diálogos seriam reveladas. No entanto, até o fechamento desta página, o conteúdo não foi publicado.

No evento de homenagem a Moro, Doria exaltou o ministro, desconversando sobre a entrega da medalha ocorrer em meio aos vazamentos. "Se não fosse esse homem liderando um grupo de patriotas nós não teríamos a Lava Jato no Brasil. E não teríamos trancafiados em prisões aqueles que usurparam, enganaram, roubaram os brasileiros. Inclusive em São Paulo, haja visto que o triplex é em São Paulo e o sítio é em São Paulo", disse Doria em clara referência ao ex-presidente Lula.

Moro voltou a vincular a divulgação dos diálogos a um ataque à Lava Jato e disse que há uma "sombra de retrocesso" sobre a operação. "Mais recentemente vocês viram esses ataques decorrentes de invasões criminosas que estão sendo investigadas. A Polícia Federal deve chegar nos responsáveis. Uma divulgação de mensagens que são divulgadas com absoluto sensacionalismo".

O ministro disse, ainda, que a Lava Jato e ele sofreram "muitos ataques morais" baseados "em falsidades e incompreensões" sobre a natureza do trabalho".

Segundo o The Intercept, a suposta troca de mensagens atribuída a Dallagnol e Moro sugere que o então juiz orientou a ação da Lava Jato, o que é vedado por lei. Após a divulgação dos diálogos, a defesa do ex-presidente Lula incluiu o material no habeas corpus impetrado em dezembro no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual questiona a imparcialidade de Moro no caso do triplex do Guarujá, que resultou na condenação e prisão do petista. Por 3 a 2, Segunda Turma do STF negou liberdade a Lula até a análise do mérito do habeas corpus, o que deve ocorrer no segundo semestre.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, disse ontem que "não tem nenhuma dúvida" de que houve um "ataque criminoso" às comunicações entre Moro e Dallagnol.

Indagado se o conteúdo dos diálogos atribuídos ao ex-juiz e ao procurador não deve ser levado em conta, o ministro Barroso disse. "Estou no momento prévio do ataque criminoso. Eu sou juiz, juiz fala ao final da apuração, não no início."

Com informações portal O Povo Online

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