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16 de fevereiro de 2020

60% dos Precatórios do Fundef ainda serão destinados aos professores por Meire Alencar


No final da tarde dessa última quinta, dia 13, ao olhar um grupo de WatsApp fui surpreendida como todos vocês com a nota da Prefeitura Municipal sobre Precatórios do Fundef. Em princípio, pensei que fosse até uma brincadeira, isso porque há poucos dias nesse mesmo espaço, havia sido divulgada uma outra opinião do promotor totalmente adversa aquela.

Tive a mesma atitude quando li a opinião do promotor: vi todos os comentários e ouvi com muito cuidado, todos os áudios. É óbvio que pelo nível profissional, a última opinião instigou vários tons textuais. Naquele momento senti vontade de participar da discussão com a minha humilde opinião, mas, recuei. Precisava saber mais, sentir mais, ouvir mais e olhar nos olhos dos colegas como eu, envolvidos nessa busca de reconhecimento de direitos. Assim o fiz.

Recebi alguns na minha casa, encontrei outros em locais públicos e realizei algumas visitas. Antes de tecer comentários sobre o sentimento coletivo, preciso deixar bem transparente que a nossa conversa independe completamente de opção partidária, lembrando que essa nossa caminhada começou há mais de dois anos e é claro, que temos no mesmo grupo, pessoas que votam na situação, outros na oposição e outros, segundo eles, sem partido definido.

Porém, todos que eu mantive contato tiveram praticamente a mesma reação: ausência de ódio nas palavras proferidas, sem revolta nos gestos, mas, demonstraram claramente uma profunda tristeza, grande apatia e um olhar perdido carregado de angústia e descrença! Garanto a vocês que foi justamente essa reação coletiva que me trouxe aqui.

Em uma das casas visitadas, o esposo de uma professora fez comparações sobre a nossa busca com a atual política nacional e tentou contagiar os familiares para o desfecho negativo dessa nossa luta. A mãe de outro professor, falou na reação do comércio local caso recebêssemos agora. Um avô de outra professora explicou o pensamento dele através de parábola: "essa história de lutar contra o poder é igual a uma criança faminta com um pão nas mãos, aí vem um mais forte e pega o pão!"

Ouvi vários comentários nessa mesma linha. Quando eles terminavam de jogar toda amargura e descrença, eu os lembrava que todos nós já sabíamos que não seria diferente caso a opinião judicial fosse a nosso favor. Haveria recursos e levaria mais tempo para a decisão final. Até aqui, nenhuma novidade. 

Mostrei pra eles que as redes sociais revelaram algo muito positivo para o grupo; o não compartilhamento da nota pelos professores e até o silêncio deles, mostravam claramente a nossa união para o mesmo propósito. Revelavam também, antes de qualquer outro sentimento que nós somos sobreviventes da esperança!

Temos esperança de iluminar o caminho dos nossos alunos na formação do seu caráter.
Temos esperança que os mais indisciplinados aceitem nosso abraço e consigam andar por novas trilhas até chegar no ser humano do bem!
Temos esperança de poder sempre contribuir para um mundo mais justo, mais igualitário e mais fraterno!

Todos nós carregamos essa mola propulsora denominada esperança! Então, meus colegas, somos movidos por essa força e pela crença absoluta de estarmos lutando exclusivamente pelos nossos direitos! NÃO NOS DESANIMEMOS!

60% dos Precatórios do Fundef ainda serão destinados aos professores! Avante!.

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