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27 de abril de 2020

Bolsonaristas do Ceará criticam saída de Moro e mantém apoio ao presidente

Os deputados Delegado Cavalcanti e André Fernandes defenderam o presidente e criticaram o ex-juiz  (Foto: Reprodução/Facebook)
Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Ceará não tiveram a fé no presidente abalada por recente saída do ministro Sergio Moro (Justiça) do governo. Em entrevista ao jornal O POVO, diversos deputados bolsonaristas cearenses classificaram rompimento do ex-ministro como "tiro no pé", com adjetivos como desde "precipitado" até "deselegante".

"Ele foi fraco. Até agora não entendi essa saída, porque não vi motivo, só pisou na bola", diz o deputado estadual Delegado Cavalcante (PSL).

Segundo ele, acusação feita por Moro, de que Bolsonaro estaria tentando exonerar Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal para interferir em investigações em andamento, foram apenas "ilações sem rumo".

"Eu já trabalhei em várias operações de combate ao crime e à corrupção, e a gente só ia saber informações em cima da hora. Então não tem isso de vazar informação para o presidente. O que o Bolsonaro queria era só ter informações, o que está se passando na corporação, e não interferir", diz Cavalcante, um dos articuladores do Aliança pelo Brasil no Ceará.

Para o deputado federal Dr. Jaziel (PL), pesa contra Moro a ausência de provas das acusações feitas pelo ex-ministro. 

"Quem acusa tem o ônus da prova. Só dizer por dizer, se estava tudo bem até um dia desses, não vale muita coisa. Mas ele fazendo isso desestabiliza o País, em um momento delicado, então ele foi antipatriota", diz, negando ainda que a saída tenha impacto no Congresso.

Aí é outra coisa. O que as bancadas querem, pressionam hoje, são funções, poder. Não para roubar, mas até para participar mais ativamente do governo. Todo mundo ali está atrás de reeleição, e Bolsonaro deve agora chamar os deputados”, diz.

Entre aliados de Bolsonaro, "pegou mal" para Moro também a exposição de diálogos do ex-ministro com Jair Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), ao Jornal Nacional.

"Quando eu vi, pensei que era mentira. Porque a gente tinha nele essa imagem da correção, da forma que ele fez, expor uma deputada que ele inclusive é padrinho de casamento,sem uma prova", diz Dra. Silvana (PL).

"Prefiro acreditar que o Congresso dará estabilidade ao governo. Para mim, Moro fez mimimi e saiu por nada, de forma vaidosa, precipitada e até antipatriota, porque não é hora de ficar trocando de ministro", diz.

Já André Fernandes (PSL) criticou ausência de ações de combate à corrupção ao longo do último ano e sugeriu nas redes sociais até que Moro agiu de maneira a viabilizar uma candidatura à Presidência em 2022. "Moro será candidato e já começou sua campanha".

Procurado pela reportagem, Heitor Freire (PSL) não quis se manifestar.


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