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7 de junho de 2020

Bolsonaro compartilha nota sobre nova divulgação de dados de covid

O novo painel do omite o número total de casos e de mortes (imagem do portal de ontem)

O presidente Jair Bolsonaro postou nas redes sociais na manhã de ontem (06/06) uma nota do Ministério da Saúde para justificar a mudança ocorrida na divulgação de dados sobre covid. Além de não informar o total de mortes e o total de casos confirmados do novo coronavírus desde o início da pandemia, a pasta não mais divulga o total de casos em investigação para o vírus.

A divulgação que ocorria às 17h durante o comando do ex-ministro Mandetta, passou a sair às 19h após a saída do mesmo. A partir do meio desta semana, o boletim passou a sair apenas às 22 horas. O portal do Ministério da Saúde com as informações consolidadas também foi tirado do ar.

Segundo a nota, o modelo anterior, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, ‘não retratam o momento do país’. Ainda segundo nota divulgada pelo presidente, as informações estão sendo adequadas para evitar subnotificação e inconsistência dos dados.

Coincidentemente, a medida foi adotada após o Brasil registrar dois dias seguidos de recorde de mortes por covid19 em 24 horas. Na última quarta-feira (3), a pasta registrou 1.349 óbitos.

Na última sexta-feira (05/06), Bolsonaro defendeu a divulgação tardia dos dados sobre o novo coronavírus. Conforme o Correio adiantou, a ordem para atrasar a divulgação de boletins epidemiológicos sobre a disseminação do novo coronavírus no país partiu direto do presidente Bolsonaro. Ironizando e rindo sobre o assunto, Bolsonaro disse que agora “acabou a matéria do Jornal Nacional”.

“Mas é para pegar o dado mais consolidado e tem que divulgar os mortos no dia. Por exemplo, ontem, praticamente dois terços dos mortos eram de dias anteriores, dos mais variados possíveis. Tem que divulgar o do dia. O resto consolida para trás. Se quiser fazer um programa do Fantástico todinho sobre mortos nas últimas semanas, tudo bem”, apontou.

Ele disse ainda colocou em dúvida a estatística dos dados, afirmando que é necessários separar os reais casos de mortes por coronavírus.

“Se bem que o que falta ainda, mais difícil, tem que saber quem perdeu a vida por causa do covid ou com o covid. Vai ver uma pessoa tem dez comorbidades, está com 94 anos e pegou o vírus. Potencializa. Parece que esse pessoal, Globo, Jornal Nacional, gosta de dizer que o Brasil é recordista em mortes. Agora, inclusive, falta seriedade. Bote mortes por milhões de habitantes. É a mesma coisa de querer comparar mortos no Brasil que tem 210 milhões de habitantes com país que tem 10 milhões.”.

Questionado de onde partiu a ordem para que o boletim saísse no final da noite, Bolsonaro respondeu: "Não interessa quem deu a ordem, acho que é justo sair dez da noite com os dados mais consolidados. Muito pelo contrário. Ninguém que correr para atender à Globo".

O presidente ainda emendou: "Se ficar pronto antes, tudo bem, mas ninguém vai correr até às seis da tarde para atender a Globo, a TV Funerária".

A estratégia da Presidência é evitar que os dados estejam disponíveis no horário dos telejornais noturnos, período em que as televisões têm maior audiência, pois muitos dos brasileiros estão em casa. 

Com informações portal Correio Braziliense

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