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26 de junho de 2020

Ministro evita disputa por créditos e diz que paternidade da Transposição é do "Estado brasileiro"

Ministro Marinho, governador Camilo e o deputado Domingos Neto no Palácio da Abolição (Foto: Divulgação/YouTube)

De passagem pelo Ceará para, entre outros compromissos, entregar trecho da Transposição do rio São Francisco no município de Penaforte, no Cariri, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) afirmou que a paternidade do conjunto de obras não é do governo do presidente Jair Bolsonaro - que também está em território cearense - nem dos governos passados, como as administrações petistas de Lula e Dilma Rousseff, mas "do Estado Brasileiro".

"Ela foi pensada por Dom Pedro II, nós temos mais de 150 anos de história (da Transposição). Então, todos nós podemos ter e devemos ter a paternidade, ela tem que ser incorporada pela sociedade brasileira", disse ao ser indagado por O POVO em coletiva sobre se o Planalto reconhece a participação de gestões passadas para a conclusão da Transposição.

O ministro Marinho estaria hoje em Iguatu com Jair Bolsonaro (sem partido), como parte desta primeira passagem do presidente pelo Ceará desde que se elegeu. A comitiva entregaria conjuntos habitacionais na cidade. A agenda, porém, foi cancelada porque o município vive regime de isolamento social rígido em razão da pandemia do novo coronavírus.

Assim, em Penaforte, Bolsonaro, Marinho e outros membros da comitiva, além de parlamentares cearenses, acompanharão a abertura das comportas para que as águas do São Francisco possam desaguar no reservatório Jati, território cearense. O POVO questionou a assessoria do governador Camilo Santana (PT) sobre a presença ou não dele no evento, mas não obteve resposta.

Segundo Rogério Marinho, neste ano serão aportados mais de R$ 1,5 bilhão e, no próximo ano, mais de R$ 1,8 bilhão na Transposição. "Então, é uma demonstração do compromisso e da prioridade que essa obra tem para o governo e para o Estado brasileiro", afirmou o ministro.

Outro projeto hídrico que será prioridade para a administração federal, conforme ele acrescentou, é a revitalização das bacias hídricas do próprio São Francisco, além dos rios Parnaíba, Araguaia e Tocantins. Marinho reforçou ser uma ação que ultrapassa mandatos, devendo superar até mesmo o tempo de governo em eventual reeleição do presidente.

A agenda do ministro ontem foi preenchida com uma reunião com o governador Camilo Santana e com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). Um dos assuntos foi a questão hídrica estadual. Foi liberado aporte de R$ 54,5 milhões para prosseguimento dos trabalhos do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que beneficia sobretudo moradores da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Marinho pediu apoio de Camilo para a transferência da operação do Projeto de Integração do São Francisco (Pisf) do Governo Federal para os estados. O ministro assinou ainda termo para a retomada da construção de 2.592 unidades habitacionais no Loteamento Residencial Cidade Jardim, no bairro José Walter. Para este empreendimento, os repasses federais totalizaram R$ 17,7 milhões. Segundo a pasta, os recursos são oriundos do Fundo de Arrendamento Residencial e atendem famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil.

Do Palácio da Abolição, ele seguiu para o residencial Vila do Mar, na Barra do Ceará, para acompanhar obras de habitação tocadas pela gestão municipal também com recursos federais. O ministro parabenizou a Prefeitura de Fortaleza pelo avançar das construções. A última parada foi no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para reunião de definição de prioridades do órgão.

Com informações portal O Povo Online

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