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17 de julho de 2020

Ministro Milton Ribeiro toma posse na Educação com promessa de diálogo

O Presidente Bolsonaro participou da solenidade de forma virtual (Foto: Divulgação/YouTube)

Ao tomar posse, ontem, como ministro da Educação, Milton Ribeiro defendeu o “diálogo com acadêmicos e educadores” — em claro contraponto ao polêmico período de Abraham Weintraub à frente do MEC —, a valorização dos professores, a laicidade do ensino público. Também aproveitou a oportunidade para desmentir que, em algum momento da sua trajetória profissional, tenha concordado com a violência física na educação. O presidente Jair Bolsonaro participou virtualmente da cerimônia — seu segundo exame para a covid-19, realizado anteontem, deu positivo — e assinou a nomeação do Palácio da Alvorada.

No discurso, Ribeiro fez questão de salientar que é uma pessoa de diálogo e que, possivelmente, dará início a uma nova fase no ministério, sem radicalismos e, sobretudo, sem manifestações ideológicas. Indicou isso ao afirmar que “precisamos resgatar o respeito pelo professor”.

“Devido à implementação de políticas e filosofias educacionais equivocadas, em meu entendimento, é que desconstruíram a autoridade do professor em sala de aula. O que existe, agora, por muitas vezes, são episódios de violência física de alguns alunos contra o professor”, observou.

Assim como Ribeiro, Bolsonaro destacou que será importante estreitar a relação entre o MEC e os docentes. O presidente disse que os educadores precisam ser valorizados e comentou que “os professores são, praticamente, os nossos segundos pais, aqueles a quem devemos respeito e conhecimento por aquilo que nos ensinam”.

“Nós temos que resgatar isso. No meu tempo de estudante, o professor não só tinha, como exercia sua autoridade na sala de aula. Não é fácil a vida de professor nos dias atuais. (Outros governos) tentaram consertar, mas, na verdade, se equivocaram. Existe, hoje em dia, uma gama enorme de excelentes e excepcionais professores, de todos os níveis, no Brasil. Com toda a certeza, a chegada de um ministro voltado para o diálogo, usando a sua experiência e querendo o melhor para as crianças, esse entendimento se fará presente”, destacou Bolsonaro, salientando, também, a virada de visão no MEC no relacionamento com a comunidade acadêmica.

Ribeiro, por sua vez, destacou a importância de ouvir os acadêmicos e educadores, de melhorar a posição do país no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e de incentivar cursos profissionalizantes para que sejam uma “ponte” para os estudantes jovens ao mercado de trabalho.

Mas o quarto ministro da pasta na gestão Bolsonaro não tocou em assuntos considerados urgentes do setor: o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que precisa ser aprovado no Congresso; as novas datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); a retomada das aulas presenciais; e os desafios da desigualdade no ensino impostos pela pandemia de covid-19.

Contraponto

O presidente lembrou Ribeiro que a Educação “é um ministério grande, complexo, com autonomias e setores, dependendo, muitas vezes, de conselhos para tomar decisões”. Também lembrou que “não é fácil a vida do ministro” e que depende dele “grande parte do futuro da nossa nação”.

O contraponto ao período Weintraub permeou toda a cerimônia de posse. Bolsonaro disse ao ministro, “pode ter certeza (que) grande parte do ministério pensa como você. E eles, agora, na tua pessoa, terão como fazer valer o seu potencial para que venhamos, então, a dar o melhor do seu ministério para o Brasil. Fato esse que nos libertará”, salientou.

Sobre declarações que supostamente incentivou a violência como parte do processo educacional, Ribeiro foi enfático. “Jamais falei em violência física na educação escolar e nunca defenderei tal prática, que faz parte de um passado que não queremos de volta”, disse, em alusão a um vídeo, de 2016, no qual, na condição de pastor durante um culto, defende que a dor deve ser usada para educar crianças. A gravação circula desde que foi anunciado como novo ministro da Educação, na sexta-feira passada.

“Conquanto tenho a formação religiosa, o compromisso que assumo hoje (ontem) ao tomar posse, está bem firmado e bem localizado em valores institucionais, da laicidade do Estado e do ensino público. Assim, Deus me ajude”.

Com informações portal Correio Braziliense

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