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27 de dezembro de 2020

Ceará corre pela vacina enquanto plano nacional é não ter plano por Ana Rute Ramires


A esperança de um 2021 melhor do que este 2020 caótico deve chegar em ampolas de 2,5ml mantidas em temperatura entre 2°C e 8°C. Para o Ceará, que beira os 10 mil mortos pela Covid-19, a chegada de 3,2 milhões de doses de vacinas são previstas para os dois primeiros meses do ano, com início da vacinação em fevereiro.

São 2 milhões de doses da CoronaVac, viabilizados em acordo com o Instituto Butantan, parceiro da chinesa Sinovac Biotech no desenvolvimento da vacina. Há ainda 1,2 milhão produzido pelas britânicas AstraZeneca e Universidade de Oxford, em parceria com a Fiocruz, e assegurado pelo Ministério da Saúde.

A garantia das doses, mesmo que em quantidade inicial para uma vacinação em massa, é fruto de articulações do Governo Estadual. Assim como na corrida por insumos e ampliação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), os estados brasileiros fazem pressão no Ministério e tentam fazer seus próprios acordos para garantir a vacina.

Se a pandemia pegou o mundo inteiro de surpresa e trouxe dúvidas em todos os âmbitos da sociedade, a necessidade de uma vacina é uma certeza já há vários meses. Pelo menos 17 países já iniciaram imunização.

Em razão do atraso nas tratativas de compra, o Brasil — referência mundial em políticas de imunização — está no fim da fila e isso não é uma prioridade para o Governo.

O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, 26, "não dar bola", para a situação, mantendo postura negacionista. A nível nacional, o plano contra a Covid-19 continua sendo não ter plano.

Publicado originalmente no portal O Povo Online

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