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5 de fevereiro de 2021

Oposição deve reavaliar estratégia após derrota na disputa pela Câmara

 

A oposição terá de trabalhar para conter o avanço das pautas de costumes e de corte reacionário dentre outras (Foto: José Cruz)

A oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem a missão de se reerguer após derrota na sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à Presidência da Câmara. O tradicional jogo jogado pelo presidente, envolvendo cargos federais e liberação de emendas parlamentares, fez com que a vitória de Arthur Lira (PP-AL) sobre o seu adversário mais viável, Baleia Rossi (MDB-SP), afiançado por Maia e pela esquerda, se desse por uma diferença significativa.

O biênio de Lira (2021-203) coincide com o período complementar do mandato do militar no Palácio do Planalto. O alagoano deve significar, na perspectiva de Bolsonaro, uma vida mais fácil em relação ao crítico Maia. É um elemento que pode facilitar o caminho do chefe do Executivo rumo a mais quatro anos na Presidência.

A oposição, enquanto isso, apoiou Rossi, liberal que prometeu a esse grupo enquadrar Bolsonaro dentro dos parâmetros da institucionalidade, seguindo Maia, além de analisar a procedência dos pedidos de impeachment que repousaram sob a gaveta do parlamentar carioca.

Sem conseguir ter lançado um candidato à esquerda e agora com o objetivo de deposição de Bolsonaro distante, a oposição terá de trabalhar para conter o avanço da plataforma do militar, tanto a econômica como a de costumes, de corte reacionário.

No Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) irá ocupar a cadeira deixada por Davi Alcolumbre (DEM-AP), obtida por meio do curioso apoio recebido de bolsonaristas e anti-bolsonaristas.

O líder da oposição, o cearense André Figueiredo (PDT), lança algum otimismo quando o tema é autonomia do Legislativo. A conduta de Lira e Pacheco, ele analisa, faz crer que os dois irão prezar pelo "histórico de independência" daquele Poder.

"Vai ter a tentativa de se pautar a agenda neoliberal - tivemos reforma da Previdência -, mas tivemos pautas aprovadas positivas para o Brasil, referentes à pandemia e o novo Fundeb", destaca o pedetista.

Indagado, André Figueiredo disse considerar válida uma reavaliação da estratégia pró-Baleia, mas também ponderou que uma candidatura à esquerda era matematicamente inviável.

Já o PT esbarrou em conflitos internos logo na formação da Mesa Diretora da Câmara. A legenda havia lançado o nome do deputado sergipano José Daniel (PT-SE) para a 2ª secretaria da Mesa Diretora, nas Marília Arraes (PT-PE) passou ao largo da orientação partidária e, de maneira avulsa, venceu o correligionário numa votação envolvendo os outros deputados.

A questão será objeto de discussão interna, como sinalizou ao portal de notícias UOL a presidente nacional da legenda, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR).

"O PT é um partido político grande, acho que um dos poucos partidos políticos na verdadeira acepção da palavra que a gente tem visto no Brasil, (...) preza muito pelas suas decisões coletivas."

"De fato, a atitude da deputada Marília Arraes não foi correta com o partido", afirmou Gleisi, para quem o principal foco na Casa será organizar a oposição para, em seguida, "ir para o enfrentamento". 

A reportagem do jornal O POVO tentou contato com o cearense José Guimarães (PT), líder da Minoria na Câmara. As ligações não foram completadas.

Com informações portal Correio Braziliense


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