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17 de abril de 2021

Ciro diz querer unir o Brasil e que "Lula só pensa em política"

Ciro Gomes concedeu entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes (Foto: Reprodução/Facebook)

O ex-governador Ciro Gomes (PDT) rebateu ontem (16/04) as críticas que recebeu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dia após o petista questionar, em entrevista à Rádio O POVO CBN, recente aproximação do pedetista com a direita, Ciro disse representar um projeto que busca “unir” o País. “Infelizmente, o Lula só pensa em política”.

“O Lula não se renova, ele não quer se renovar. Para ele, o Brasil é um detalhe. O negócio dele é ele, ele e ele, e aí depois ele de novo. E eu estou em outra. Eu vou tentar propor ao País um projeto, que seja capaz de dar um lugar para cada brasileiro”, disse o ex-ministro, em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.

Na conversa, Ciro também subiu tom das críticas contra Lula, apontando que o petista estaria se aproximando inclusive de lideranças do MDB que participaram do impeachment de Dilma Rousseff (PT), como Renan Calheiros (AL).

“E, ao pensar em política, ele não tem critério nenhum. Ele faz de conta que nós todos somos um bando de imbecis, um bando de idiotas, cegos, desmemoriados, que temos que dar amém a todo tipo de contradição dele".

Em entrevista à Rádio O POVO CBN na última quinta-feira, 15, Lula criticou o que chamou de "inflexão política equivocada" de Ciro.

"Ele resolveu colocar o PT e a esquerda como inimigos, para tentar namorar quem? Qual é a dama que ele vai ganhar nesse baile do jogo político? Os herdeiros do tucanato? Os tucanos vão ter candidatura própria e certamente não vai ser o Ciro. Quer agradar os setores da direita? O setor da direta vota no Bolsonaro”.

Respondendo as críticas, Ciro disse considerar que o "lulopetismo é parte central" do problema no País. "Existiria o bolsonarismo radical, odiento, se não fossem as contradições econômicas, políticas e morais do PT?", questiona. "Não existiria. A população votou nesse despreparado, nesse tosco, nesse irresponsável que é o Bolsonaro, porque perdeu emprego, viu destruir sua pequena empresa, assistiu a essa imensa massa de escândalos”.

"O País tá precisando discutir emprego, salário, aposentadoria, infraestrutura, fuga de capitais, juro alto, que vai subir de novo, uma inflação que voltou na cesta do pobre. A cesta básica. O salário mínimo tem o menor poder de compra dos últimos 16 anos. Nós precisamos discutir a solução para isso, e lá vem o Bolsonaro dizer que o Lula é ladrão, que os filhos do Lula enriqueceram", continua Ciro.

Em clima de racha desde a eleição de 2018, Lula e Ciro têm aumentado o tom nas trocas de críticas e ataques desde que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou condenações contra o petista na Lava Jato, o que voltou a tornar Lula elegível para 2022. Em outras entrevistas, Ciro chegou a sugerir que o ex-presidente desse um “passo atrás” para possibilitar o surgimento de novas alternativas eleitorais para o País.

Lula, por sua vez, destaca que o PT é um dos principais partidos do Brasil, e que não faria sentido que a sigla deixasse de apresentar candidatos por conta de vetos de outras lideranças políticas. “Quer que eu passe o bastão, corra mais do que eu”, tem dito o ex-presidente, destacando posição de liderança em recentes pesquisas de opinião.

Um dos principais aliados de Ciro no Ceará, o deputado federal André Figueiredo (PDT) comemorou decisão do STF que reabilitou Lula para disputar eleições, mas destacou que, com isso, a candidatura de Ciro ficou “mais importante do que nunca”. “Queremos enfrentar o ex-presidente Lula nas urnas!”, afirma o parlamentar. 

Com informações portal O Povo Online

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