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6 de agosto de 2021

Governador do Ceará anuncia suspensão da compra direta da vacina Sputnik V

Camilo disse que a suspensão se deu "devido a novas limitações impostas pela Anvisa" (Foto: Reprodução/Facebook)

O governador Camilo Santana anunciou ontem (05/08) que suspendeu o processo de compras da vacina Sputnik V da Rússia e informou que as limitações impostas pela Anvisa seriam intencionais, em conluio com o Governo Federal. O governador frisou que mais de 5,5 milhões de doses da vacina seriam destinadas ao Ceará. Ao todo, o acordo previa a compra de 37 milhões de doses para os estados nordestinos.

"Informo aos cearenses que o Governo do Ceará, juntamente com os outros governadores do Nordeste, decidiu suspender o contrato de compra da vacina Sputnik V, que previa mais de 5,5 milhões de doses para o nosso estado. Isso ocorre devido a novas limitações impostas pela Anvisa, do Governo Federal, que desde o começo desse processo tem colocado sucessivas barreiras para a efetivação da importação e uso da vacina", afirmou o governador.

A decisão do Consórcio Nordeste foi anunciada nessa quinta-feira, 5, após encontro do governador Wellignton Dias (PT-PI) com o Fundo Soberano Russo. O contrato foi interrompido por mudanças nos padrões de testes exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Presidente do Consórcio, Dias também apontou a não inclusão da vacina no Plano Nacional de Imunização (PNI) e a falta da licença de importação.

"É lamentável, o Brasil vive uma situação com alta mortalidade, mais de mil óbitos por dia. Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido a uma decisão da Anvisa que faz uma alteração no padrão de teste. Junto com a não inclusão do Ministério da Saúde no plano nacional de vacinação e a falta da licença de importação, tivemos a suspensão da entrega da vacina até que se tenha uma autorização do uso do imunizante no Brasil", declarou o governador do Piauí.

Com a suspensão da compra da Sputnik V pelo Consórcio Nordeste, o Ceará passa a focar na aquisição de doses da CoronaVac diretamente da farmacêutica Sinovac e do Instituto Butantan para acelerar a vacinação no Estado. Atualmente, o Governo do Ceará negocia três milhões de doses da vacina. Conforme O POVO apurou, as tratativas com o Governo de São Paulo e com a empresa chinesa estão avançadas, aguardando formalização.

"Diante da lentidão do Governo Federal no fornecimento de vacinas para os estados, temos buscado todas as formas da aquisição direta junto aos laboratórios para acelerar a vacinação, principalmente com a ameaça da nova variante Delta. Seguimos firmes agora para a aquisição de mais três milhões de doses da CoronaVac para os cearenses, através de contrato direto com o Instituto Butantã", afirmou o governador Camilo Santana (PT) em publicação nas redes sociais.

O chefe do Executivo cearense havia comunicado sobre as tratativas para compra direta da CoronaVac no dia 14 de julho, em anúncio publicado nas redes sociais. À época, ele informou que um secretário do Governo do Ceará foi enviado à China no último mês de maio "para contatos diretos".

Segundo o jornal O POVO apurou, a liberação das doses passou a depender de autorização do governo paulista, devido ao contrato da empresa com o Instituto Butantan. Em entrevista coletiva no mesmo 14 de julho, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), confirmou que irá atender à solicitação do governador do Ceará.

Na ocasião, Dória informou que também foi procurado por José Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, para a aquisição de doses extras da CoronaVac para o estado.

"Daquilo que São Paulo não usar dessas 30 milhões (de doses), e tudo indica que teremos uma sobra de vacinas, nós vamos disponibilizar para os estados que nos solicitarem. Até o limite, evidentemente, daquilo que for possível atender. No caso específico do Ceará e do Espírito Santo, vamos atender", afirmou. O chefe do Executivo de São Paulo referia-se a 30 milhões adicionais da CoronaVac que o governo estadual adquiriu para vacinar a população.

O contrato para compra foi firmado entre o Instituto Gamaleya, desenvolvedora do imunizante, e o Fundo Soberano Russo em março deste ano. A entrega das primeiras duas milhões de doses estava prevista ainda para o mês de abril. Por conta de entraves da Anvisa e do Ministério da Saúde, nenhuma dose foi entregue.

A suspensão da compra ocorre em meio a divergências nos padrões de testes exigidos pela Anvisa que não foram solicitados para vacinas de outros laboratórios. O Fundo Soberano Russo informou que as doses reservadas ao Brasil irão agora para o México, Argentina e Bolívia, mas garantiu o envio imediato de doses ao País em caso de liberação.

Com informações portal O Povo Online

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