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3 de março de 2022

Educação é tema da a Campanha da Fraternidade de 2022 da CNBB

Com o tema Fraternidade e Educação e a passagem bíblica extraída de Provérbios 31:26 — "Fala com sabedoria, ensina com amor" —, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou, ontem, a Campanha da Fraternidade de 2022. A iniciativa visa ressaltar a importância do ensino e que uma sociedade só desenvolve quando se dá importância e se investe em educação.

Para o presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a aplicação de recursos no ensino deve ser um compromisso de toda a sociedade, e não apenas dos governos. "A educação é o pilar da paz e, por isso mesmo, precisa receber sempre mais investimentos significativos de todos — governantes, empreendedores, instituições. Com a Campanha da Fraternidade, buscamos fomentar a participação de todos no fortalecimento do campo educacional, iluminar compreensões, despertar comprometimentos e a convicção de que o tempo novo na sociedade se constrói e se sustenta através da prioridade da educação integral e qualificada", afirmou. A ação durará até a Páscoa.

É a terceira vez que a CNBB aborda o tema do ensino na campanha, que é parte do Pacto Educativo Global, de iniciativa do Papa Francisco. O sumo pontífice enviou uma mensagem na qual destacou a importância de se refletir o tema para a "a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a 'cultura do descarte'".

Dom Joel Amado, secretário-geral da conferência, destacou que o significado de "educação integral", parte da campanha, não deve se restringir a aspectos "cognitivos e mercadológicos". "É solidariedade, é compromisso socioambiental, e assim por diante. Que o processo educacional não forme apenas máquinas racionais para inserção no mercado. É preciso alargar o horizonte para a fraternidade e a solidariedade", salientou.

Sobre a guerra na Ucrânia, Dom Joel refletiu que é preciso trabalhar pela paz e que "se há guerra é preciso se manifestar com indignação" — numa velada crítica ao presidente Jair Bolsonaro, que vem se esquivando de dar uma resposta incisiva sobre a invasão russa. Ao ser questionado sobre a posição do governo brasileiro, afirmou que todos devem se posicionar claramente pela paz.

"Há uma responsabilidade, que é humana, e é independente de qualquer coisa, que é a paz. Quando não é pela paz, nos desumanizamos. Isso se aplica a mim e a qualquer pessoa que não trabalhe pela paz. Não basta cruzar os braços e dizer 'eu não contribui com a guerra'. Se há guerra, é preciso se manifestar com indignação", frisou.

Com informações portal Correio Braziliense

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