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11 de fevereiro de 2024

Bolsonaro, o conspirador, por Henrique Araújo

Detalhes sobre tentativa de golpe de Estado expõem Bolsonaro e aliados (Foto: Hugo Barreto)

Deflagrada na última semana, a operação da PF mostrou que o então presidente Jair Bolsonaro tentou um golpe de Estado até minutos antes de deixar o cargo. A reunião de 5 de julho de 2022, momento em que pressionou ministros e militares para que encampassem o discurso antidemocrático e partissem para a ação, foi apenas o ensaio geral do que os investigadores chamaram de "dinâmica golpista".

Depois daquele dia, Bolsonaro levou adiante todas as ameaças expostas agora no vídeo daquela versão mambembe do baile da Ilha Fiscal, repetido como farsa. Sozinho ou acompanhado, atacou as urnas eletrônicas e estimulou auxiliares, entre os quais fardados de alta patente, a investirem contra a Justiça Eleitoral.

É desse período, por exemplo, o encontro com embaixadores em 18 de julho, ou seja, logo depois da micareta reacionária animada pelo chefe do Executivo tendo membros das forças armadas como vedetes e assistentes de palco.

Quando essa cartada não surtiu efeito e os esforços do general Paulo Sérgio Nogueira (à época ministro da Defesa) deram com os burros n'água, Bolsonaro lançou mão de minutas cujo objetivo era amparar juridicamente o assalto à República.

Para isso, ampliou o cerco ao comando de Exército e Aeronáutica, reticentes em face das intenções criminosas do líder da nação. Sem esses apoios, os áulicos do presidente, sobretudo Braga Netto, empreenderam uma tática de fritura de nomes como os de Freire Gomes e Batista Júnior.

Seguiu-se ainda o uso da PF e da PRF para embaraçar o andamento do pleito, dificultando o deslocamento de eleitores de Lula no segundo turno, conforme prometido por Anderson Torres, que comandava a pasta da Justiça. Como se vê, tudo era pretexto para que Bolsonaro e sua trupe continuassem no poder.

O temor não era de que o Brasil virasse uma Venezuela, até porque essa era a intenção de quem ocupava o poder naquele instante, mas de que Jair fosse preso por suas tramoias, cujo ápice foi o 8 de janeiro de 2023, a etapa derradeira do tutorial para solapar a democracia.

Publicado originalmente portal O Povo +

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