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O deputado Eduardo Bolsonaro e o neto de ditador, Paulo Figueiredo, são responsáveis pela mais explícita operação internacional contra a própria pátria (Foto: Reprodução/Instagram) |
Primeiro ponto: nem todo mundo ficará satisfeito com o desfecho de processos na Justiça, Aliás, quando uma questão vai a julgamento, diria que quase certamente alguém ficará insatisfeito. O que é necessário assegurar é o direito à ampla defesa, que não haja cerceamento. A defesa de Jair Bolsonaro (PL) e outros réus reclamava de não ter acesso integral às provas, mas isso já foi assegurado. As divergências podem e devem ser apresentadas e decididas no âmbito do processo. Agora, nada garante que os pedidos de uma das partes, muito menos as provas, serão aceitos. Se alguém quer que a vontade prevaleça de qualquer jeito, aí só mesmo com o uso da força. Não é como funciona a democracia.
Agora, alguém acha mesmo razoável ou concebível que uma decisão judicial seja tomada em função do assédio econômico e político de outra nação? Os magistrados iriam eventualmente deliberar uma coisa, mas acabam se posicionando diferentemente porque estão sob coação estrangeira. Ou porque as exportações são tributadas. Existe gente naturalizando mesmo isso, achando que isso é normal? Alguém acredita que isso irá acontecer? Entendem mesmo que um poder da República, em sua máxima expressão, deve se posicionar de acordo com a pressão, ainda mais de fora?
Como ficaria o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia seguinte? Com qual autoridade iria julgar depois de ser colocado de cócoras para a Casa Branca? Alguém acha positivo ter o Judiciário humilhado? Quem defende isso não tem a menor noção do que é um Estado nacional. O Brasil não perde apenas pela taxação. Se ceder às ordens externas, perde mais ainda como nação e organização política. Não apenas pela desmoralização, mas pelo desmantelo das instituições.
Já usei esse exemplo outro dia. Quem defende que se deve obedecer ao governo Donald Trump pensaria a mesma coisa se fosse a China? Vamos lembrar: a China é a maior parceira comercial brasileira. Muito mais relevante hoje que os Estados Unidos, não tem comparação. Se, em 2018, a China resolvesse taxar as exportações para cobrar que Lula não fosse preso, as pessoas acham que o País deveria aceitar?
O
deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), responsável pela mais explícita operação
internacional contra a própria pátria, usa as sanções para cobrar do Congresso
Nacional a aprovação de uma anistia ampla — o bastante para beneficiar o pai
dele, o Bolsonaro pai. O Brasil é vitimado por uma operação familiar.
Eduardo trata o País como refém, instado a atender as exigências, sob pena de sofrer as consequências. O Congresso é o alvo principal da extorsão, porque ele acredita ser o mais passível de ceder. Daí se tira a percepção que ele tem do poder ao qual pertence. Só pode imaginar que o Legislativo é muito fraco, subserviente, pusilânime e desprovido de moral.
Possibilidades
As
pessoas podem ser contra as decisões de Moraes, desejar profundamente que elas
sejam revistas. Mas defender que esse recuo deva ocorrer por causa de pressão
internacional, só consigo imaginar que, na melhor das hipóteses, seja limitação
intelectual, capacidade cognitiva de entender o que se passa. Há também muito
de oportunismo, para quem a conveniência política é se alinhar a Bolsonaro e
filho, mesmo sabendo quanto é ruim para o Brasil. E há o mau-caratismo mesmo.
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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