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Se for candidato ao Abolição em 2026, Ciro atrairá para o Estado as atenções nacionais de forma talvez inédita (Foto: Reprodução/PDT) |
Mesmo entre a oposição mais radical e conservadora, com a qual tinha embates até dia desses, o ex-governador e ex-ministro é o preferido para concorrer. O pragmatismo pesa: é considerado o mais forte para enfrentar Elmano de Freitas (PT) em busca da reeleição. O petista, por exemplo, já enfrentou Roberto Cláudio em duas ocasiões. Debater com Ciro é outra experiência.
Em pesquisas, é normal que o ainda pedetista apareça melhor que RC. O ex-prefeito é muito conhecido na Capital, mas é pouco conhecido no Interior, mesmo tendo disputado em 2022. Faz tempo que Ciro foi chefe do Poder Executivo, mas houve as empreitadas presidenciais. Não significa necessariamente que, ao final de uma campanha, o desempenho necessariamente será o melhor. Mas, antes da disputa e na fase de definição, a tendência é de que tenha desempenho mais expressivo no Interior.
A perspectiva de vencer o Palácio da Abolição, então, explica por que Ciro tem apoio para concorrer até de quem já foi criticado por ele. Porém, do ponto de vista do próprio, quais as razões para concorrer?
O motivo mais direto e imediato é tentar ganhar do grupo de ex-aliados que se tornou o pior inimigo. No mínimo, projeta-se que ele cause o maior problema possível ao bloco elmano-camilista.
Além disso, Ciro perdeu espaço local. Na virada do século, ao se dedicar às articulações nacionais, ele declaradamente declarou ao irmão Cid Gomes a tarefa de tocar os movimentos da família no Ceará. O senador se mostrou o mais talentoso dos irmãos na tarefa. Quando eles romperam, a base local do cirismo foi com o ex-prefeito de Sobral. Concorrer a governador é uma maneira de tentar recuperar esse espaço no Estado.
Quais
os riscos para Ciro?
Quanto ao risco, bem, em 2022, Ciro teve a pior derrota eleitoral até hoje. Não ficou nem em segundo lugar em um município do Ceará, nem em um bairro de Fortaleza. Em 2024, o grupo sofreu outro revés absoluto na Capital.
Ao longo das várias eleições, ele costumava usar como argumento o fato de ter apoio no berço político. Quem dava peso a isso era ele próprio. Em 2022, ele não foi o mais votado no Estado. Se for candidato ao Abolição em 2026, atrairá para o Estado as atenções nacionais de forma talvez inédita. No caso de uma derrota, será um sinal de fragilidade, para a política nacional, também sem precedentes.
Porém, ninguém vai longe na política com medo de perder. Não parece ser isso que seria obstáculo para Ciro, a não ser que pesquisas mostrem que ele não tem chance alguma, o que me parece improvável de acontecer.
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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