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| A declaração se deu após reunião do ex-prefeito com vereadores de oposição na Câmara Municipal de Fortaleza (Foto: Daniel Galber) |
Roberto não escondeu ter o sonho de governar o Ceará, mas afirmou que o desejo é menor do que a importância de se ter uma unidade na oposição no Estado.
"Fui candidato a governador da última eleição. Então, eu tenho o sonho, tenho o desejo de um dia poder ser governador do meu Estado. Esse sonho e esse meu desejo, eles são menores, e precisam ser menores, do que a capacidade que nós, enquanto grupo, enquanto unidade, vai ter de produzir os melhores nomes, a melhor chapa, aquela mais competitiva e mais capaz de governar e legislar bem. É isso que a gente vai fazer, cada um de nós tem que dar o exemplo", explicou.
O ex-prefeito afirmou que está disposto a concorrer a um cargo eletivo em 2026 para ajudar o grupo. "A missão que for necessária cumprir, eu irei. Eu quero me candidatar a um cargo eletivo na próxima eleição, isso não escondo de ninguém também, porque sei que com a força de um mandato eletivo você tem muito mais capacidade de influenciar para melhor a vida das pessoas, mas quero ser o jogador desse time aqui. E para ser mais um jogador desse time, a gente tem que entrar desprendido para que as circunstâncias da política nacional, estadual, a dinâmica espontânea da vontade das pessoas defina qual é a melhor chapa da oposição", acrescentou.
Ele evitou falar por Ciro Gomes, sobre se o ex-ministro será ou não candidato ao governo, mas lembrou o que o aliado disse em eventos recentes, de que não estava mais com intenção de ser candidato, mas as circunstâncias o fizeram repensar isso, e que, embora a razão o diga para não concorrer, é regido pelo coração.
"A gente tem uma candidatura construída naturalmente, ele ainda não disse que é candidato e talvez por isso mesmo exista essa fofoca do povo tudo preocupado, que é um furacão na verdade. Que tem força, competitividade eleitoral, que tem experiência, capacidade de unir a grande maioria das forças de oposição, é um líder nacional", completou.
Segundo RC, sete dos maiores líderes do Estado estão alinhadas com a oposição. Ele não citou quem são esses líderes. "Dos 10 líderes com força política eleitoral maior do Estado do Ceará, pelo menos, eu estou deixando aqui uma dúvida, sete estão na oposição. Não vou nominar não, para não gerar desconforto em ninguém, mas todos vocês vão saber contar bem ligeirinho. Dos 10, sete, pelo menos em termos de voto, estão na oposição", argumentou.
"Somados o tempo do PL, da União Progressista, do PSDB, do Avante, Cidadania, que estão conosco também, a gente, pela primeira vez, terá um palanque de oposição com mais tempo de TV do que o do governo", lembrou.
RC criticou o fato de todo o poder estar nas mãos de um único partido (PT), avaliando que a população apostou nisso na esperança de que, unindo os governantes, não faltaria dinheiro para o Ceará. Ele admitiu já ter feito parte da base petista, especialmente no governo Camilo Santana (PT), mas disse que se decepcionou.
"O ciclo do PT aqui no Ceará, e eu envolvo os oito anos do Camilo e eu fui aliado de parte desse círculo, reconheço isso sem nenhum problema. A gente, às vezes, namora, se apaixona e depois se decepciona, não? Às vezes, a gente não tem um amigo de uma vida inteira e se sente traído e enganado? Isso faz parte da vida e a política é do mesmo jeito", declarou.
O ex-prefeito prosseguiu: "Mas se a gente pegar esses anos de ciclo do PT aqui no Ceará e olhar para os indicadores (...) a gente está vivendo um ciclo de decadência em indicadores sociais e econômicos que a gente não via desde a década de 1980", alegou.
Roberto cobrou do governador Elmano de Freitas um posicionamento sobre o projeto de lei do deputado federal cearense Danilo Forte (União Brasil-CE) que equipara facções criminosas a terrorismo.
"O governador é a favor ou é contra, ele já disse alguma vez, ao projeto de lei do deputado Danilo Forte de transformar as ações das facções em ações terroristas? É importante ouvir o governador sobre isso", pontuou.
Para RC, as facções hoje têm comportamento de atividade terrorista. "Quem quer endurecer o combate às facções não pode achar que essa é uma atividade de crime de menor gravidade. A facção hoje tem um comportamento de atividade terrorista, pergunte, faça uma pesquisa com a população, se ela não se sente ou não aterrorizada, amedrontada, achacada, coagida com o terrorismo que se faz nos seus territórios?".
RC comentou ainda sobre os deputados federais Moses Rodrigues e Fernanda Pessoa, ambos também do União Brasil, mas que afirmaram publicamente que estarão ao lado de Elmano na disputa pela reeleição em 2026. Ele destacou que as coisas devem ser resolvidas pela via do diálogo.
"A política é diálogo. Eu fui parlamentar, presidi um parlamento, convivi com as diferenças como parlamentar e como prefeito. Eu acho que é muito salutar que a gente resolva as questões internas pela conversa, pela boa conversa, pelo bom convencimento, pelo bom argumento. E eu sei que isso acontecerá no momento correto", explicou.
Ele destacou que, nacionalmente e no Ceará, está consolidada a presença do União Brasil na oposição, pelo que já ouviu do presidente do partido, Antônio Rueda, e do governador de Goiás Ronaldo Caiado. A partir dessa premissa, afirmou, ser momento de convencer quem está afastado a se aproximar.
"Nós vamos conversar com quem, individualmente, tem uma posição diferente. Vamos tentar convencer a ficar aqui do nosso lado e fazer oposição conosco. Vamos optar por seguir um outro caminho partidário, que dê mais conforto e tal. Isso é a política, é a conversa que vai ser construída até lá", destacou, sinalizando ter bom trato com os dois colegas de partido.
"Eu,
pessoalmente, converso bem com a Fernanda, converso muito bem com o Moses, não
tenho nenhum problema com nenhum dos dois, nem o Capitão (Wagner) também",
disse.
Publicado originalmente no portal O Povo +
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