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22 de abril de 2013

MP do Ceará tenta atrair apoio da população contra PEC 37

Promotores e Procuradores promovem  ato contra a PEC 37 em Fortaleza – foto Tatiana Fortes
O Ministério Público do Estado do Ceará promoveu na manhã de ontem (21/04), na Praia do Futuro, ato contra a Proposta de Emenda à Constituição 37, chamada por seus opositores de “PEC da Impunidade”, que tira do Ministério Público o poder de realizar investigação criminal.

A PEC 37, de autoria do deputado federal Lourival Mendes (PTdoB-MA), delegado da Polícia Civil do Maranhão, proíbe que promotores e procuradores conduzam investigações na esfera criminal, tornando esse procedimento exclusividade das polícias Civil e Federal.

Para o promotor de Justiça Plácido Rios, presidente da Associação Cearense do Ministério Público (ACMP), a aprovação da PEC terá “consequências nefastas” no combate à corrupção. “Seria um retrocesso fragilizar o Ministério Público no atual momento do país. Temos é que fortalecer os órgãos de investigação”, disse.

Agrupados no cruzamento das avenidas Santos Dumont e Zezé Diogo, os integrantes do MP no Ceará distribuíram aos motoristas folhetos com informações sobre a PEC e adesivos de carro com mensagens contrárias à proposta. O procurador-geral de Justiça do Ceará, Ricardo Machado, também participou da manifestação.

“A PEC 37 é um crime contra a República brasileira, na medida em que, com menos investigação, principalmente na área administrativa, permitirá que a impunidade avance ainda mais. E aí mais recursos públicos serão desviados dos seus verdadeiros fins”, afirmou Machado.

A Constituição Federal atribui às polícias a tarefa de promover investigações criminais, mas sem lhes garantir a exclusividade do procedimento. Ou seja: a lei não autoriza explicitamente o Ministério Público a investigar, mas também não proíbe.

Para Lourival Mendes, o MP quer “usurpar” a função dos delegados. “Não me parece sensato um sistema que autorize o Ministério Público a usurpar a principal função da polícia judiciária (investigar), que privilegie a acusação em detrimento da defesa e que permita funções sobrepostas gastando em duplicidade o dinheiro público”, escreveu o autor da PEC 37 em artigo publicado no dia 28 de março passado no site “Congresso em Foco”, intitulado “PEC da Legalidade contra o Estado Terror”.

Na próxima quarta-feira, 24, procuradores e promotores de Justiça de vários estados vão ao Congresso Nacional para entregar a deputados federais e senadores relatório dos eventos contra a PEC 37 realizados nas últimas semanas em todo o país.

“Levaremos a voz do Brasil aos congressistas”, disse Machado. “Continuaremos o movimento, porque não há data prevista para a votação da PEC na Câmara e não podemos desmobilizar a sociedade, que já começa a discutir o assunto em padarias, elevadores, praças. Isso é muito bom”.

Com informações O Povo Online

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