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22 de dezembro de 2017

“Então é Natal.... E o que você fez?” por José Nicolau

Lançamento do Natal de Luz de Altaneira em 2011 (Foto: Heloiza Bitu)
Minha família não fugiu a regra da maior influência religiosa do país. Cresci em meio a um ambiente onde pobreza e aos valores católicos, apesar de que os grupos protestantes vêm crescendo em ritmo considerável, que, contraditoriamente à vida, valorizavam o seu oposto. Os figurões pregam para os que possuem melhores condições financeiras, apresentam discursos para as classes dominantes.


E no Natal, símbolo maior dessa crença, dividir o pão, comungar o momento, os alimentos e o desejo coletivo de felicidade e melhores dias, mesmo que involuntariamente, enchem minha família de esperança. Percebe-se o quanto ela se nutre desse sentimento que, sem dúvida, sequer chega perto de uma igreja.  A grande maioria desse corpo familiar se diz católicos, não praticantes (é bom registrar). Um membro faz parte do protestantismo. Ante a tudo isso fico me sentindo um intruso em minha própria residência.

Ora, mas mesmo assim, fico a me perguntar, se na prática da vida real, o que as religiões, sejam elas católicas, protestantes (incluo aqui o grupo da Assembleia de Deus, Ministério de Madureira, Ministério Seta, Congregação Cristã, Batista, dentre outras), testemunha de Jeová, fizeram para saírem de um individualismo que os condenam desde seu surgimento e partir para o desenvolvimento de ações que possam de fato, interferir de forma positiva na vida dos altaneirenses?

O natal, para os que acreditam no poder das religiões, principalmente do catolicismo não pode simplesmente servir de bengala de sustentação dos dogmas cristãos. Não pode as religiões amparadas por um comércio sacana fazer desse momento mais um para retirar as últimas economias do bolso do religioso consumidor. 

O natal não pode ser utilizado simplesmente para trazer mais fies a igreja e ficar até a meia noite e depois esses mesmos fieis ficarem a mercê da própria sorte. Que os amigos religiosos não tomem esse meu posicionamento como uma afronta, pois não é. Que possam refletir sobre ele e fazer algo que possam lançá-los como alguém que fez da religião algo positivo para além das quatro paredes. Que possam fazer desta não um instrumento de repressão, de medo, mas como suporte para ajudar pessoas.

Diante desse cenário que todo o ano se repete, fico a me perguntar o que as instituições religiosas de Altaneira fizeram durante o ano de trabalho social? Se fizeram algum, é só utilizar esse espaço para relatar. Garanto inclusive um artigo sobre. Se não....

O que se percebe no cotidiano é que a religião virou pó. E continua um mercado.


Publicado originalmente no Blog Negro Nicolau

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