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18 de janeiro de 2020

Apologia nazista testou o limite do aceitável

Secretário usou estrutura pública do governo brasileiro para propagar ideias do nazismo (Foto:Reprodução/Twitter)
Brasil convive com absurdos recorrentemente. Apologia a torturadores, atentados políticos, ofensas gratuitas por divergências de pensamento. Até vítima de assassinato pela ditadura militar foi alvo, a pretexto de criticar o filho. A violência física e discursiva tornou-se instrumento da batalha ideológica travada no Brasil. O nazismo foi a experiência-limite da história humana, cruzou a fronteira conhecida do terror.

Parece estar sendo testado no Brasil, a todo instante, qual o limite do aceitável. Até onde será tolerado se ir. Quando haverá um absurdo grande demais para não ser aceito. Coube a Roberto Alvim encontrar esse ponto.

A estrutura pública do governo brasileiro foi usada para propagar ideias do nazismo.

O ano é 2020. É uma monumental vergonha.

Os absurdos dão sensação de dormência. São recebidos como bizarro. Espantam da primeira vez, viram meme na sequência. Logo as pessoas estão rindo.

Precisamos, com maturidade e sem proselitismo partidário, debruçarmo-nos seriamente sobre o rumo que o Brasil toma. É uma empreitada urgente para todos que acreditam na liberdade, no respeito e repudiam o totalitarismo.

Todo governo tem crise, mas a maioria delas ocorre quando se tenta chegar a algum lugar. Tem governo que entra em crise ao propor medidas impopulares para cortar despesas, por exemplo. Outros, para se fortalecer. Para viabilizar iniciativas que agradam a uns e desagradam a outros. E, claro, há os governos que mergulham em crises porque desviam recursos. Tem coisas certas e erradas, mas em todos dá para entender onde pretendem chegar. Dá para perceber o que eles pretendiam, ainda que o resultado tenha sido a crise.

O governo Jair Bolsonaro inova ao criar uma crise sem qualquer propósito. Não tem rigorosamente nada a ganhar. Surge do nada a troco de nada. Claro, pode-se argumentar que Roberto Alvim expressou seus pensamentos mais íntimos. É possível. Ainda assim, não é boa razão para provocar uma hecatombe desse tamanho.

O ato de Alvim tem relação direta com a "guerra cultural" que encampa a ala ideológica do governo. O propósito é transformar as mentes dos brasileiros. Um projeto de longuíssimo prazo, muito além dos propósitos do governo. Um programa ideológico para o Estado brasileiro. Só assim o ato deixa de ser a fabricação de uma crise absurda e se encaixa em um assustador e delirante projeto de longo prazo.

O destino de Alvim
Roberto Alvim é defenestrado do governo. Perde o cargo a partir do qual pretendia iniciar sua guerra cultural contra a hegemonia de esquerda nas artes. O que será dele?

Ficará relegado ao lixo da história, reduzido à insignificância e marcado como simpatizante de nazista?

Ou seguirá relevante, influente nas redes sociais? Quem sabe, estourando de voto em eleição vindoura?

O Brasil perante o mundo
Vinculação ao nazismo é o mais baixo que se pode ir no mundo civilizado? O que há abaixo disso? A reação ecoa internacionalmente. Perante o mundo, o Brasil se apresenta como uma caricatura, como o grotesco.

Com informações portal O Povo Online

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