 |
Em pronunciamento, Lula também defendeu a regulação das redes digitais (Foto: Ricardo Stuckert) |
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um pronunciamento oficial, em
rede nacional de Rádio e Televisão, em alusão ao Dia da Independência do
Brasil, comemorado neste domingo (7/9). Em seu discurso, Lula enfatizou a
importância da data para a celebração da soberania e da liberdade do país.
O
presidente criticou o papel de alguns políticos brasileiros que, segundo ele,
incentivam ataques ao país.
Esses
políticos, eleitos para trabalhar pelo povo, defenderiam apenas seus interesses
pessoais, sendo considerados "traidores da pátria". "A História
não os perdoará", enfatizou o presidente.
Lula
afirmou que o Brasil “não será novamente colônia de ninguém” e disse que a
soberania está presente em políticas públicas voltadas a trabalhadores, jovens,
empreendedores e populações em situação de vulnerabilidade. “Se temos direito a
essas políticas públicas, é porque o Brasil é um país soberano e tomou a
decisão de cuidar do povo brasileiro”, declarou.
Entre
os pontos mencionados, Lula citou a redução pela metade do desmatamento na
Amazônia, a realização da maior operação contra o crime organizado, a abertura
de mais de 400 novos mercados para exportações e a manutenção do PIX como
sistema público e gratuito.
O
presidente também defendeu a regulação das redes digitais, afirmando que elas
“não podem continuar sendo usadas para espalhar fake news e discurso de ódio”,
nem para a prática de crimes.
Ao
final, Lula pediu união em torno da defesa do país. "Este é o momento da
união de todos em defesa do que pertence a todos: a nossa Pátria brasileira e
as cores da bandeira do nosso país."
Confira
a íntegra do discurso de Lula em alusão ao Dia da Independência:
Querido
povo brasileiro, amanhã, 7 de setembro, é dia de celebrarmos a Independência do
Brasil. É uma boa hora para a gente falar de soberania.
O
7 de setembro representa o momento em que deixamos de ser colônia e passamos a
conquistar nossa independência, nossa liberdade e nossa soberania.
Na
época da colonização, nosso ouro, nossas madeiras, nossas pedras preciosas,
nada disso pertencia ao povo brasileiro. Toda nossa riqueza ia embora do Brasil
para ajudar a enriquecer outros países.
Mais
de 200 anos se passaram e nós nos tornamos soberanos. Não somos e não seremos
novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa
terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro.
Mantemos
relações amigáveis com todos os países, mas não aceitamos ordens de quem quer
que seja. O Brasil tem um único dono: o povo brasileiro.
Por
isso, defendemos nossas riquezas, nosso meio ambiente, nossas instituições.
Defendemos nossa democracia e resistiremos a qualquer um que tente golpeá-la.
É
inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques
ao Brasil. Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem
apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A História não os
perdoará.
Minhas
amigas e meus amigos, a soberania pode parecer uma coisa muito distante, mas
ela está no dia a dia da gente. Está na defesa da democracia e no combate à
desigualdade, a todas as formas de privilégios de poucos em detrimento do
direito de muitos. Está na proteção das conquistas dos trabalhadores, no apoio
aos jovens para que eles tenham um futuro melhor, na criação de oportunidades
para os empreendedores e nos programas que ajudam os mais necessitados.
Se
temos direito a essas políticas públicas, é porque o Brasil é um país soberano
e tomou a decisão de cuidar do povo brasileiro.
Minhas
amigas e meus amigos, um país soberano é um país fora do Mapa da Fome, que zera
o Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5 mil enquanto taxa os super-ricos que
hoje não pagam quase nada. Que cresce acima da média mundial e registra menor
índice de desemprego de todos os tempos. Um país com a coragem de fazer a maior
operação contra o crime organizado da história, sem se importar com o tamanho
da conta bancária dos criminosos.
Este
país soberano e independente se chama Brasil.
Minhas
amigas e meus amigos, desde o início do nosso governo, concentramos esforços na
abertura de novas parcerias comerciais. Em apenas dois anos e oito meses,
abrimos mais de 400 novos mercados para as nossas exportações. Defendemos o
livre comércio, a paz, o multilateralismo e a harmonia entre as nações, mas
nunca abriremos mão da nossa soberania.
Defender
nossa soberania é defender o Brasil.
Cuidamos
como ninguém do nosso meio ambiente. Reduzimos pela metade o desmatamento na
Amazônia, que, em novembro, vai sediar a COP30, maior conferência mundial sobre
o clima.
Defendemos
o PIX de qualquer tentativa de privatização. O PIX é do Brasil. É público, é
gratuito e vai continuar assim.
Reconhecemos
a importância das redes digitais. Elas oferecem informação, conhecimento,
trabalho e diversão para milhões de brasileiros, mas não estão acima da lei. As
redes digitais não podem continuar sendo usadas para espalhar fake news e
discurso de ódio. Não podem dar espaço à prática de crimes como golpes
financeiros, exploração sexual de crianças e adolescentes e incentivo ao
racismo e à violência contra as mulheres.
Zelamos
pelo cumprimento da nossa Constituição, que estabelece a independência entre os
Três Poderes. Isso significa que o presidente do Brasil não pode interferir nas
decisões da justiça brasileira, ao contrário do que querem impor ao nosso país.
Minhas
amigas e meus amigos, este é o momento em que a História nos pergunta de que
lado estamos. O Governo do Brasil está do lado do povo brasileiro. Povo que
acorda cedo, todos os dias, para trabalhar pela prosperidade da sua família.
Este
é o momento da união de todos em defesa do que pertence a todos: a nossa Pátria
brasileira e as cores da bandeira do nosso país.
A
História nos coloca diante de um grande desafio e pergunta se somos capazes de
enfrentá-lo. E nós dizemos: sim. Temos fé, experiência e coragem para seguir
cuidando do nosso futuro e da esperança da nossa gente.
Publicado
originalmente no Correio Braziliense
Leia também:
Como o 7 de Setembro virou uma batalha entre petistas e bolsonaristas