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| Três estátuas de "Nossa Senhora" se destacam, do Carmo em Jucas, da Penha em Campos Sales e de Fátima no Crato (Foto: Reprodução/BA/Redes Sociais) |
A cidade de Jucás, por exemplo, inaugurou um santuário à Nossa Senhora do Carmo, com uma imagem que repete as dimensões da do Crato - anunciada como "maior que o Cristo Redentor" -, em meio a um complexo com lojas, restaurante, lanchonetes e banheiros, além de uma capela e outros espaços para receber romeiros e visitantes. Num convênio entre a prefeitura e o governo estadual, o acesso ao local custou quase R$ 4 milhões aos cofres públicos.
Na região, existem ainda imagens de Nossa Senhora da Purificação (em Saboeiro) e de Nossa Senhora da Penha (em Campos Sales). Em Santana do Cariri, "novas imagens" da estátua de Benigna também foram divulgadas em dezembro, criando expectativa acerca de sua entrega, bem como do complexo religioso que deverá cercar o local.
Por sua vez, Caridade também correu para, depois de quase 40 anos, encabeçar o corpo de Santo Antônio. E tudo, reitere-se, com pretensões de construção de complexos que ponham as cidades na rota do turismo religioso.
Para não falar de Santo Antônio (Barbalha), Padre Cicero (Juazeiro e Maracanaú), São Francisco (Canindé), Menino Jesus de Praga (Chorozinho), Santa Edwiges (Caucaia) e tantas outras imagens espalhadas pela cidade de Fortaleza.
Expressão de fé do segundo maior estado católico do país (somos 70% de católicos)? Também. Mas, sobretudo, expressão da aliança, histórica e permanente, do poder público com o credo que nos constituiu como nação e que, por isso mesmo, ainda acumula, de modo legitimado, privilégios que outros credos buscam também usufruir.
Ao
que parece, instaurou-se uma disputa acirrada pela monumentalização da fé em
diversas cidades, que passam a ter seus territórios, do chão ao alto do
firmamento, fincados e atravessados pelas representações do universo sagrado do
catolicismo.
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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