24 de fevereiro de 2023

Fome volta a ser foco da Campanha da Fraternidade após 38 anos

Campanha da Fraternidade foi lançada em Fortaleza com
presença de dom José Antônio (Foto: Samuel Setubal)

Depois de 38 anos, O combate à fome voltou a ser tema da Campanha da Fraternidade depois de 38 anos. A ação foi criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e promovida pela Igreja Católica e este ano tem como tema “Fraternidade e fome”. O problema já foi abordado pela campanha em 1975 e em 1985, e agora volta a ser prioridade de reflexão para os católicos no período da Quaresma de 2023.

Para o arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, dom José Antônio Tosi Marques, a fome “rompe com a dignidade humana”. “Da parte do Criador, na sua criação não faltam recursos para suas criaturas, os homens é que não aproveitam, não levam para todos aquilo que Deus criou para todos”, afirmou durante o evento de lançamento da campanha nesta quinta-feira, 23.

A problemática abordada na campanha afeta diretamente a vida de pelo menos 2,4 milhões de cearenses, que correspondem a 26,3% da população do Estado. Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan), 81,9% das famílias do Ceará sofrem com algum nível de insegurança alimentar.

“Os 60 anos da Campanha da Fraternidade vão dando sensibilidade e visibilidade. Eu creio que neste ano, mesmo tratando de um assunto que já foi tratado em 1975 e 1985, mas das situações concretas de hoje, ele é mais maduro, já toca mais pessoas. Com todas as mídias que antes não tinha, chega a muito mais gente”, disse dom José Antônio.

O lema da campanha, “Dai-lhes vós mesmos de comer”, faz alusão ao momento bíblico em que Jesus Cristo partilha pão e peixes com uma multidão. “O gesto de Jesus mostra a solução”, comentou o arcebispo. Durante a Quaresma, período entre a Quarta-feira de Cinzas e a Páscoa, o objetivo da igreja é sensibilizar a sociedade para enfrentar a fome em níveis pessoais, comunitário-eclesial e sociopolítico.

“Nós temos, sim, um papel importante, mas esse chamado de responsabilidade e compromisso é da sociedade por inteiro, principalmente do poder público”, disse Paulo José Rodrigues Monteiro, integrante da Cáritas Arquidiocesana.

Em 2022, R$ 210 mil foram coletados durante a Campanha da Fraternidade, que teve como tema a educação. Durante o evento foram divulgados projetos que foram contemplados com o valor arrecadado, com foco em povos indígenas, migrantes e refugiados e pessoas em situação de vulnerabilidade.

O arcebispo afirma que os projetos “nascem do povo” a partir da campanha. “A campanha agora é o momento de ver, de ser sensível, tocar as pessoas com fome, refletir sobre isso, rezar sobre isso, e dar a resposta em atos concretos”, disse.

Além dos projetos temáticos, os valores arrecadados na campanha são utilizados pelas pastorais sociais, em animação, divulgação e realização das campanhas, no Grito dos Excluídos, em questões emergenciais e despesas administrativas. Os projetos, que devem passar por critérios como contrapartida, carta de apresentação e prestação de contas, precisam ter como o alvo o combate à exclusão social.

Ainda durante a campanha, as pastorais e paróquias têm autonomia para trabalhar o tema por meio de arrecadação de alimentos, de água, de levantamentos sobre pessoas em vulnerabilidade nas comunidades em que se encontram, promover rodas de conversa e educar os fiéis para a solidariedade permanente.

Com informações portal O Povo Online

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