9 de fevereiro de 2023

Lula aumenta o tom em embate sem trégua contra o Banco Central

Lula ainda enfatizou o direito de estabelecer sua política econômica (Foto: Ricardo Stuckert)

Em mais um capítulo da guerra que abriu com o Banco Central por causa das taxas de juros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse não ter de pedir licença para governar e enfatizou o direito de estabelecer sua política econômica. As declarações ocorreram no Palácio do Planalto, durante a reunião com líderes partidários do Conselho Político da coalizão.

"Confio que a economia vai voltar a crescer. A gente não tem de pedir licença para governar, a gente não tem de agradar ninguém. Tem de agradar o povo brasileiro, que acreditou em um programa que nos trouxe aqui. E é esse programa que vamos cumprir para obter o sucesso que o povo espera do nosso governo", frisou.

Aos parlamentares presentes no encontro, Lula ressaltou que "ninguém tem de ter vergonha de ser deputado ou senador ou que foi eleito por isso e por aquilo". "Foram eleitos pelo povo brasileiro e, portanto, todos vocês e todo o governo têm o direito de estabelecer sua política econômica, têm o direito de estabelecer a sua política social", sustentou. 

"Temos de tentar fazer, dentro da nossa possibilidade, aquilo que foi o propósito pelo qual ganhamos as eleições. Houve um programa, houve um discurso e houve uma votação, e o resultado somos nós", emendou, citando que a reunião marca "uma nova relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo".

No último dia 6, Lula ressaltou não haver razões para a taxa de juros estar a 13,75% desde 3 de agosto. Uma semana antes, chamou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de "esse cidadão". No mês passado, disse considerar uma "bobagem" a independência do BC. A nova investida contra a instituição ocorreu um dia depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificar como "amigável" a ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

O chefe do Executivo informou que, após a visita aos Estados Unidos — ele viajará hoje a Washington —, percorrerá o Brasil retomando obras paradas e falou em colocar a "roda gigante da economia para funcionar". Destacou que "não quer saber de quem é a obra e em que período de governo foi feita". 

"Se conseguirmos fazer com que todas as obras que estão paradas comecem a funcionar, a gente pode contribuir para fazer com que a economia brasileira não seja o desastre previsto pelo FMI na última avaliação deles", frisou, numa referência ao Fundo Monetário Internacional.

Com informações portal Correio Braziliense

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