26 de dezembro de 2023

Prefeito da Capital e governador elevam críticas um contra o outro

 O prefeito Sarto considerou o primeiro ano do mandato de Elmano como "muito abaixo da expectativa" (Foto: Reprodução/Facebook)

A relação entre o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), começou o ano ruim e terminou pior. Ambos visitaram O POVO nos dias que antecederam o Natal e elevaram as críticas mútuas, administrativas ou políticas.

O prefeito considerou o primeiro ano do mandato de Elmano como "muito abaixo da expectativa que eu, particularmente, tinha com o então colega deputado. Tá muito abaixo", disse em entrevista na quinta-feira, 21, ao podcast Jogo Político.

A principal crítica do prefeito foi à segurança pública — apontada pelo próprio governador como setor que mais precisa melhorar. "Antes se atribuía muito a questão da segurança a uma falta de alinhamento com o governo federal. Agora que estão alinhados, não se vê resultado", cobrou o prefeito, apontando que a violência urbana afeta a oferta de serviços municipais.

Da parte do chefe do Poder Executivo estadual, a maior crítica foi pela aproximação de "um grupo político liderado pelo prefeito" com setores de extrema-direita. "Eu queria ver a mesma intensidade que eu vejo de algumas lideranças do grupo do Sarto e seus líderes que atacam o Lula, o Camilo (Santana) e o PT, que eles tivessem 10% dela para atacar a extrema-direita no Ceará e em Fortaleza. Ao contrário, o que vejo é buscar se abraçar cada vez mais para lutar contra forças democráticas", disse Elmano, em visita ao O POVO um dia antes, na quarta-feira, 20.

O governador, porém, buscou manter a fala na esfera política. "Não quero falar da Prefeitura. Prefeitura é uma relação institucional", ressalvou.

Sobre a relação, a propósito, Sarto disse que não evoluiu na busca de parcerias, após a reunião entre ambos em agosto.

O prefeito também divergiu em relação à posição que o Estado tem defendido sobre a instalação de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro. Pelo local passam 17 cabos submarinos que conectam o Brasil à Internet — de acordo com o Ministério das Comunicações, cerca de 99% do tráfego de dados do Brasil é realizado pelos cabos na Praia do Futuro, razão pela qual empresas de Internet são contra a instalação da usina.

Em entrevista ao O POVO, Sarto disse que a construção da usina dificulta a atração de empresas de datacenter.

"(Se existe possibilidade de perder investimentos por conta do imbróglio?) Sim. Inclusive, duas empresas afirmaram que é preciso deixar claro as regras e como vai ficar para avançar com o investimento", pontua o chefe do Poder Executivo municipal.

Já o governador tem defendido o investimento para garantir abastecimento de água diante do risco de seca. Elmano nega ainda impacto para os cabos. "As empresas de cabos e internet querem ser donas da Praia do Futuro", criticou o gestor em outubro, à rádio O POVO CBN.

Com informações portal O Povo +

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