7 de maio de 2023

Todos os homens do (ex) presidente

Mauro Cid (de farda verde) caminha ao lado de Bolsonaro em viagem aos EUA (Foto: Alan Santos)

Não foi uma semana alvissareira para os Bolsonaro. Num intervalo de poucos dias, o patriarca, Jair Bolsonaro (PL), tornou-se alvo da PF em operação que apura fraude nos cartões de vacina do ex-presidente e de aliados, entre os quais o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que acabou preso. Nenhuma ação policial antes dessa havia chegado tão perto do ex-mandatário, cujo aparelho de celular foi apreendido. Quase ao mesmo tempo, o MP do Rio de Janeiro concluiu que houve rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).

Segundo relatos, pela conta bancária do parlamentar passou uma quantia aproximada de R$ 130 mil sem identificação. Os dois movimentos, praticamente simultâneos, elevam a pressão sobre a família, que vê os seus espaços de defesa e atuação política se estreitarem à medida que as investigações no TSE, no STF e em outras instâncias avançam. Nesse sentido, a execução de mandados de busca e apreensão no endereço de Bolsonaro e de prisão contra pessoas ligadas a ele é apenas o lance mais recente, mas não o menos impactante. Como parece estar fartamente evidenciado, Mauro Cid cometeu ilegalidades em nome do presidente à época (2021 e 2022). A PF suspeita de que o ajudante atuava sob estímulo do então chefe do Executivo.

A defesa de Bolsonaro adotou como estratégia o discurso de que Cid extrapolou suas funções por conta própria, num excesso de voluntarismo que descambou para a ilicitude, pela qual terá de se defender sozinho. A par de tudo que se sabe não apenas sobre o episódio, mas sobre como operava o governo de Bolsonaro, é difícil fazer crer que um secretário pessoal fizesse o que fez à revelia do seu superior.

Um exemplo disso está no caso das joias de milhões, do qual o prestimoso tenente-coronel é novamente personagem. Também ali, conforme se mostrou depois, Cid entrou em campo cumprindo ordens diretas de Bolsonaro. Daí que a falsificação dos cartões de vacina tenha maior potencial de comprometer o ex-presidente, não apenas pelo ato em si, mas porque, a partir dele, a PF vem conseguindo montar um quebra-cabeças cujo desenho final é o plano de golpe de estado arquitetado na cozinha do Planalto, em benefício inequívoco de quem tinha a caneta naquele momento.

Com informações portal O Povo +

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A fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro


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