2 de maio de 2023

Lula participa de ato no Dia do Trabalhador em São Paulo

 Lula afirmou que fará mais em seu terceiro mandato do que fez em seus dois primeiros mandatos (Foto: Rovena Rosa)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, no Dia do Trabalhador, de um evento com centrais sindicais no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Ao discursar, o petista voltou a criticar a taxa de juros no país que, segundo ele, é responsável, em parte, "pela situação que vivemos hoje", em referência ao desemprego. A crítica faz parte dos embates que perduram há meses entre o governo federal e o BC, sob comando de Roberto Campos Neto.

"Não podemos viver em um país onde a escola não é levada a sério. Não podemos viver em um país onde o emprego não é levado a sério pelos governantes. Nós não podemos viver em um país onde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego. Ela é responsável por uma parte da situação que vivemos hoje", afirmou Lula.

O Copom se reúne hoje e amanhã, para discutir os rumos da política monetária e da taxa de juros no Brasil. Desde a última reunião, finalizada em 22 de março, ocorreram avanços no cenário econômico, entre eles a apresentação do novo arcabouço fiscal. Atualmente em 13,75% ao ano, a Selic está em seu maior patamar desde 2016. 

No último encontro, o grupo de economistas realizou a quinta manutenção consecutiva da Selic, mesmo após a intensa pressão que tem sido feita por Lula e aliados, que cobram cortes na taxa e criticam os efeitos dos juros sobre a atividade econômica. O comitê havia sinalizado, anteriormente, a possibilidade de uma nova alta, mas o Palácio do Planalto bate na tecla de que os recentes resultados positivos na economia, como a inflação abaixo do esperado, poderiam incentivar até mesmo uma queda nos juros.

Medidas anunciadas

Lula também anunciou, no evento, a política de aumento real do salário mínimo, que ele prometeu implementar a partir deste ano. "Quando o salário mínimo aumenta, quem ganha não é só o cidadão que ganha o mínimo. Ganha o cidadão do comércio, o cidadão que vende comida. Porque com o trabalhador tendo mais dinheiro, ele compra mais. Ele comprando mais, o comércio gera emprego e encomenda coisa da indústria, e a indústria vai gerar emprego e a roda-gigante da economia começa a girar. E todo mundo começa a ganhar neste país. Até os mais ricos ganham com aumento do salário mínimo", defendeu.

Outro anúncio feito pelo presidente foi o de que há um estudo para isenção do Imposto de Renda para os valores recebidos pelos trabalhadores a título de PLR (participação dos lucros e resultados). Segundo Lula, o assunto está sendo analisado pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O chefe do Executivo afirmou que é um "absurdo" o pagamento de imposto sobre a PLR. "Se o patrão não paga Imposto de Renda sobre lucro e dividendo, por que os trabalhadores têm que pagar imposto no PLR? Estamos estudando, quem sabe para o próximo ano. O trabalhador não pode pagar Imposto de Renda sobre a participação dele no lucro da empresa", reclamou o presidente. Lula revelou que o fim da cobrança do imposto foi um pedido das centrais em reunião com ele e com Haddad.

Empregos

A tabela com os novos valores de descontos do IR foi publicada em medida provisória na noite de domingo. "Estamos mudando a faixa de isenção do imposto de renda que, há oito anos estava congelada em R$ 1.903. A partir de agora, o valor até R$ 2.640 por mês não pagará mais nem um centavo de Imposto de Renda. E, até o final do meu mandato, a isenção valerá para até R$ 5.000 por mês", disse o presidente.

"Vamos mudar este país porque a economia vai voltar a crescer e gerar mais empregos. Vou fazer por compromisso com as pessoas que ralam o dia inteiro. Vou fazer mais que em meus primeiros mandatos por compromisso ao povo trabalhador", completou Lula. 

Entre as medidas prometidas, além de destacar o aumento real do salário mínimo, anunciado no fim de semana, o petista voltou a citar o retorno da farmácia popular e o aumento de médicos especialistas na saúde básica. "Nós vamos garantir que as pessoas pobres deste país tenham direito ao especialista para não morrer com uma receita na cabeceira da cama", disse.

O presidente afirmou ainda que fará mais em seu terceiro mandato, até 2026, do que fez em seus dois primeiros mandatos. "Eu sou muito agradecido à confiança que vocês me deram a vida inteira. O sucesso do meu governo de 2003 a 2010 se deveu à solidariedade e ao apoio do povo trabalhador deste país. Estamos nos primeiros quatro meses de governo e eu quero provar que, nesses próximos quatro anos, vamos fazer muito mais do que eu fiz."

Atos golpistas

O presidente também voltou a prometer, ontem, que todos os envolvidos nas manifestações golpistas de 8 de janeiro serão responsabilizados. Em meio à tramitação do Projeto de Lei das Fake News na Câmara dos Deputados — o texto tramita em regime de urgência e deve ir à votação hoje (leia mais na página 4) —, Lula pediu para que todos virem "soldados" contra as fake news. "A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo nesse país", declarou. "A gente não pode mandar mensagem mentirosa, passar para frente aquilo que você sabe que pode prejudicar a pessoa."

E completou: "Vocês se lembram que eles tentaram dar um golpe no dia 8. Eu quero terminar dizendo a vocês: 'Todas as pessoas que tentaram dar golpe serão presas, porque este país quer democracia de verdade, quer respeito'", prometeu.

Com informações portal Correio Braziliense

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