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Para especialista a decisão de Trump é baseada em razões políticas (Foto: Yuri Gripas) |
Tal como vem fazendo com o Canadá, desde fevereiro, quando ameaçou "anexar o território vizinho", e a vários outros países parceiros, a sanção aplicada ao Brasil - que saiu do piso para uma das mais altas tarifas - é baseada muito mais em razões políticas, do que econômicas.
Os
próprios argumentos apresentados na carta ao Brasil - a defesa ao ex-presidente
Jair Bolsonaro, que é réu em um processo por tentativa de golpe de Estado; o
questionamento sobre a regulamentação das bigs techs (que é uma discussão
mundial e não apenas brasileira); a "violação fundamental da liberdade de
expressão dos americanos"; e uma "relação comercial injusta" que
sequer é amparada nos números do fluxo comercial entre os dois países - são uma
prova disso.
É óbvio que não dá para dobrar a aposta em tarifas e Lula sabe disso. O custo da incerteza comercial que já começa a afetar as operações nos portos, inclusive no Ceará, como mostrou O POVO na última semana, é alto. E ainda assim é apenas um vislumbre do efeito devastador que uma tarifa de 50% pode ter nas empresas, nos empregos, na inflação.
Por isso, é importante dar os nomes que as coisas realmente têm: golpe, ao Brasil e à ordem econômica global. Não só da parte de Trump, mas também de quem o instiga e atenta contra a economia do próprio país em prol de interesses pessoais.
É preciso buscar todos os meios legais e diplomáticos cabíveis para trazer as relações comerciais de volta ao campo econômico, que é onde devem se dar. Uma tarefa que não é só do Brasil, mas das demais nações, sob pena de transformar as negociações entre os países em um "puxadinho", "uma terra sem lei", do mundo que Trump quer criar para si.
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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