1 de julho de 2025

Lula defende protagonismo da agricultura familiar com juros baixos

Lula relembrou o programa “Mais Alimentos”, criado em seu segundo mandato em 2008 (Foto: Ricardo Stuckert)

Em discurso marcado por críticas à desigualdade histórica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta segunda-feira (30/6) o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026. O evento no Palácio do Planalto reuniu ministros, parlamentares, representantes de movimentos sociais e agricultores de todo o país.

O novo ciclo prevê recursos robustos e medidas específicas para aumentar a produtividade de pequenos produtores, com destaque para taxas de juros negativas, ampliação do crédito rural, fomento à mecanização adequada às pequenas propriedades e políticas voltadas para mulheres e jovens do campo.

“Esse plano é resultado da consciência política que a sociedade brasileira vem conquistando. Cada reivindicação que recebemos é um sinal de que o povo sabe o que quer. E cabe ao governo transformar essas demandas em política pública”, afirmou Lula.

Juros reais negativos

Um dos pontos mais celebrados no anúncio foram as condições de financiamento para a produção de alimentos. Lula destacou que, com inflação na casa dos 5%, oferecer juros entre 3% e 2,5% equivale a juro real negativo — ou seja, um estímulo direto ao investimento.

“É preciso dizer isso com todas as letras: nunca antes os bancos públicos fizeram o que estão fazendo agora. Não é só falar em taxa de juro. É mostrar que, na prática, a agricultura familiar está sendo tratada com prioridade”, disse.

O presidente também ressaltou que o crédito está mais bem distribuído do que em gestões anteriores. “Quando fui presidente pela primeira vez, 90% do Pronaf ia para o Sul do país. Agora, o crédito está chegando a 100% do território nacional. Isso é justiça territorial”, completou.

Lula relembrou o programa “Mais Alimentos”, criado em seu segundo mandato em 2008, como base para a atual política de incentivo à mecanização agrícola familiar. Para ele, o desafio continua sendo produzir máquinas compatíveis com a realidade dos pequenos agricultores.

"Quem tem 10 hectares não pode usar uma máquina feita para mil. Precisamos de tratores, plantadeiras e colheitadeiras que caibam na vida de quem planta e colhe no braço. Com isso, aumentamos a produtividade, a renda e a dignidade das famílias rurais."

Justiça social

Durante o discurso, Lula reforçou que o objetivo final de todas as ações é garantir mais dignidade à população. Ele citou como exemplo histórias de filhos de agricultores familiares, que cursam hoje universidades federais, graças a políticas públicas de inclusão educacional.

“Esse país só será justo se tiver tributação justa e repartição justa. Não queremos que as pessoas vivam a vida toda de cesta básica. Queremos que vivam do seu trabalho, da sua produção, com acesso a energia barata, comida barata e renda digna”, declarou.

Publicado originalmente no Correio Braziliense

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