28 de junho de 2010

O Maluco Beleza

Cético e agnóstico, Raul Seixas se interessava por filosofia e latim  - Foto Divulgação/Wikipédia

Raul Santos Seixas nasceu em Salvador, Bahia, em 28 de junho de 1945 e morreu em São Paulo em 21 de agosto de 1989. Cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista brasileiro, frequentemente considerado um dos pioneiros do rock brasileiro, também é chamado de Pai do Rock Brasileiro e de Maluco Beleza.

A obra musical de Raul Seixas é composta por dezessete discos lançados durante 26 anos de carreira. Seu álbum de estreia, Raulzito e os Panteras lançado em 1968, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com músicas como Ouro de Tolo, Mosca na Sopa e Metamorfose Ambulante, lançadas em 1973.

Raul Seixas tinha um estilo musical que era chamado de "contestador e místico". Isso se deve aos ideais que defendia, como a Sociedade Alternativa apresentada no álbum Gita, lançado em 1974. Cético e agnóstico, Raul se interessava por filosofia, psicologia, história, literatura e latim. Algumas ideias dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, já em parceria com Paulo Coelho.

A Ditadura, através do Departamento de Ordem Política e Social - DOPS, prendeu Raul e Paulo, pensando que a Sociedade Alternativa fosse um movimento armado contra o governo.

Raul Seixas e Paulo Coelho nos anos 1970 - Foto: Divulgação / Agência O Globo

Raul e Paulo foram exilados para os Estados Unidos, com suas respectivas esposas, Edith Wisner e Adalgisa Rios. No entanto, o LP Gita gravado poucos meses antes faz tanto sucesso, que forçou a Ditadura a trazê-los de volta para o Brasil. O álbum Gita rendeu à Raul um disco de ouro, após vender 600 mil cópias, sendo considerado o LP de maior sucesso de sua carreira.

Em 1975, Raul Seixas lança "Tente Outra Vez", um dos maiores sucessos do canto, mas o LP vendeu menos de 60 mil cópias. Em 1976, Raul supera a má-vendagem do disco Novo Aeon com o álbum Há Dez Mil Anos Atrás. Neste mesmo ano, chega ao fim o seu contrato com a gravadora Philips e sua parceria com Paulo Coelho, embora continuassem amigos.

Nos anos 80, continuou produzindo álbuns que venderam bem, como Abre-te Sésamo (1980), Raul Seixas (1983), Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Panela do Diabo (1989), esse último em parceria com o também baiano e amigo Marcelo Nova.

No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, totalizando 50 apresentações pelo Brasil. Durante os shows, Raul mostra-se debilitado. Tanto que só participa de metade do show, a primeira metade é feita somente por Marcelo Nova.

Marcelo Nova e Raul Seixas em São Paulo em 1989 - Foto: Antonio Moura

Na manhã do dia 21 de agosto, Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama, por volta das oito horas da manhã em seu apartamento em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante.

O LP A Panela do Diabo vendeu 150 mil cópias, rendendo a Raul um disco de ouro póstumo, entregue à sua família, tornando-se assim um dos discos de maior sucesso de sua carreira. Raul foi velado no Palácio das Convenções do Anhembi em São Paulo e sepultado no Cemitério Jardim da Saudade em Salvador.

Depois de sua morte, Raul permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Raul Vivo (1993), Se o Rádio não Toca... (1994) e Documento (1998). Inúmeras coletâneas também foram lançadas, como Os Grandes Sucessos de Raul Seixas de (1993), a grande maioria sem novidades.

Em 2002, o cantor paraibano Zé Ramalho lançou o DVD Zé Ramalho Canta Raul Seixas: Ao Vivo. Em 2004, o canal Multishow promoveu um show especial de tributo a Raul, intitulado "O Baú do Raul: Uma Homenagem a Raul Seixas". O show, gravado na Fundição Progresso (Rio de Janeiro) e lançado em CD e DVD.

Em 2009 o produtor musical Marco Mazzola, amigo pessoal de Raul, divulgou a canção inédita "Gospel", censurada na década de 1970. A canção foi incluída na trilha sonora da telenovela Viver a Vida, da Rede Globo.

Mesmo depois de sua morte, o Maluco Beleza continua fazendo sucesso entre novas gerações.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

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