2 de novembro de 2022

Bolsonaro quebra silêncio, não cita Lula, mas condena bloqueios e visita STF

 Presidente reuniu a imprensa no Palácio da Alvorada e fez um curto pronunciamento (Foto: Evaristo Sa)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou pela primeira vez após a derrota nas urnas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições do último domingo (30/10). Após deixar a imprensa esperando por mais de uma hora, em um discurso de dois minutos e meio, Bolsonaro agradeceu aos eleitores, condenou os bloqueios nas rodovias, mas não citou em nenhum momento Lula.

O presidente também não respondeu às perguntas de jornalistas. Questionado sobre a derrota e se não iria ligar para Lula para reconhecer o resultado, o presidente preferiu sair andando após a fala à imprensa.

No curto pronunciamento Bolsonaro afirmou que a “direita surgiu de verdade em nosso país”. “Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças em todo o Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso”, seguiu.

O presidente agradeceu pelos 58 milhões de votos e mandou um recado para bolsonaristas que tomam as rodovias de todo o Brasil contra o resultado das eleições pedindo para que não façam como a “esquerda” e tirem o direito de ir e vir dos brasileiros.

“Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado”, disse.

Lula teve 50,90% dos votos, contra 49,10% de Jair Bolsonaro (PL), se tornando pela terceira vez presidente eleito do Brasil.

Confira a íntegra:

"Quero começar agradecendo aos 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.

A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade.

Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.

Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais.

Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.

É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde-amarela da nossa bandeira.

Muito obrigado."

Após o pronunciamento no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro se dirigiu ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde ficou por cerca de uma hora no gabinete da presidente da Corte, Rosa Weber, acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele retornou ao Alvorada às 19h. A agenda não estava prevista.

Após a visita, o STF divulgou uma nota oficial com o posicionamento da Corte. Por meio de nota, a instituição disse que a fala do chefe do Executivo foi necessária para iniciar o rito de transição e que ele reconheceu o resultado do pleito.

“O Supremo Tribunal Federal consigna a importância do pronunciamento do Presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios e, ao determinar o início da transição, reconhecer o resultado final das eleições”, diz o comunicado do STF.

Mais cedo, o chefe do Executivo convidou ministros do STF para uma conversa no Palácio da Alvorada. Porém, o convite foi declinado pelos magistrados que não queriam ter a imagem vinculada ao presidente que ainda não havia reconhecido a vitória do opositor.

Por meio de nota à imprensa, a Corte comentou a visita. Leia na íntegra:

"O Presidente da República, Jair Bolsonaro, esteve na tarde desta terça-feira (1º) no Supremo Tribunal Federal a convite da Presidência, onde conversou com os Ministros da Corte que estavam presentes em Brasília: a presidente Rosa Weber, o decano Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça. Compareceu também o Ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os Ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo Presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras.

Tratou-se de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil."

Com informações portal Correio Braziliense

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