11 de dezembro de 2025

Câmara dos Deputados suspende Glauber Braga e rejeita cassação de Carla Zambelli

Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Kayo Magalhães)

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de ontem (10/12) a suspensão de seis meses do mandato do deputado Glauber Braga (PSol-RJ) — em vez da cassação do parlamentar. O processo contra o político foi aberto após o parlamentar agredir fisicamente e expulsar da Casa, aos chutes, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril de 2024. O placar foi de 318 votos a favor e 141 contra.

A alternativa foi aprovada um dia após Glauber ter ocupado, por cerca de uma hora, a cadeira da Presidência da Casa e tentado obstruir os trabalhos do plenário. Ele foi retirado à força do local pela Polícia Legislativa. Além disso, a TV Câmara cortou a transmissão do plenário.

Glauber é acusado de ter faltado com o decoro parlamentar ao expulsar com empurrões um manifestante do Movimento Brasil Livre (MLB), em abril do ano passado. Além do mandato de Braga, Motta havia pautado para esta terça a análise da cassação de Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália. A deputada foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela violação do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O congressista afirmou que a ação contra o integrante do MBL foi uma "reação a provocações sistemáticas" do militante e de outros membros do movimento ao próprio parlamentar e a aliados. Segundo o deputado, o homem teria ofendido a honra de sua mãe, que morreu poucas semanas depois do tumulto na Câmara dos Deputados.

Já na madrugada de hoje (11/12) o plenário da Casa rejeitou a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ela foi condenada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a dez anos de prisão por invadir o sistema de Justiça e está presa na Itália. Foram 227 votos a favor da cassação e 170 contrários, contudo, seria necessário a maioria absoluta para a cassação, ou seja, 257 votos, número que não foi alcançado.

Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Os integrantes do colegiado definiram 10 anos de prisão para a parlamentar, além da cassação, inelegibilidade e pagamento de multa.

Segundo a investigação da Polícia Federal, a deputada e o hacker Walter Delgatti Netto teriam invadido seis sistemas do Judiciário por 13 vezes. Eles inseriram 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes e ordens para quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens do magistrado.

A parlamentar é acusada de ser a mandante das ações criminosas. O objetivo era desacreditar o processo eleitoral brasileiro e colocar a opinião pública contra as instituições democráticas. Em junho, fugiu para a Itália a fim de driblar a Justiça. Dias depois de ser procurada pela Interpol, foi presa nos arredores de Roma. O governo brasileiro pediu a extradição da deputada, que ainda não foi analisada pela justiça italiana. Além da prisão, a Suprema Corte também determinou a perda imediata do mandato da parlamentar.

Publicado originalmente no Correio Braziliense

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