18 de outubro de 2022

Aliados comentam sobre possível saída de Cid Gomes do PDT

Cid Gomes com Camilo em ato pró-Lula que irritou alguns pedetistas (Foto: Aurélio Alves)

Embora não confirmada pelo senador Cid Gomes, uma possível saída do PDT é alvo de comentários de aliados no Ceará. Entre correligionários, a perspectiva de que o pedetista deixe o partido é vista como difícil, mas não está descartada.

Deputado federal, Eduardo Bismarck (PDT) relata que esteve com Cid nos últimos dias, em agendas políticas e em viagens. Segundo ele, o senador não teria feito qualquer indicação sobre saída da legenda após desgaste na relação com o irmão Ciro Gomes e o candidato ao Governo Roberto Cláudio, ambos do PDT.

"Estive diversas vezes com o senador nesses últimos dias e não vi nenhuma sinalização dele nesse sentido. Estive em reuniões, e não deu sinalização. Achei até que fosse notícia plantada", conta Bismarck.

O deputado, porém, ressalta que o grupo dos Ferreira Gomes se manteve sempre conectado a pelo menos duas legendas, uma a qual eram filiados e outra com a qual preservavam conexões.

"Agora, por exemplo, o PSB ficou sem deputado. Acho que pode ser que ele (Cid) dê uma investida dentro de algum partido, como alternativa. Eles sempre tiveram dois partidos, um partido de apoio", declara.

Ainda de acordo com ele, pode ser que Cid "queira um plano B para se articular" na hipótese de ter escolher outro partido. Bismarck pondera, no entanto, que, uma vez que "ele não é candidato nem tem eleição (pela frente), não me parece um movimento que o Cid queira fazer, salvo algum ato hostil de alguém".

No PDT hoje, o clima é ainda de lenta digestão dos resultados eleitorais. As derrotas de Ciro e RC, ainda no 1º turno, representam revés para a ala mais próxima do ex-prefeito de Fortaleza.

Durante a campanha, RC não pode contar com o apoio de Cid, que se manteve distante ao longo da disputa eleitoral a pretexto de se resguardar para um eventual 2º turno.

O pleito, contudo, foi vencido por Elmano de Freitas (PT) logo no 1º - o petista derrotou RC e Capitão Wagner (União Brasil).

Passada a corrida local, Elmano, o senador eleito Camilo Santana (PT) e a governadora Izolda Cela (sem partido) se juntaram a Cid num evento no qual ele assegurou que não sossegaria "enquanto não tiver cada um dos filiados do PDT engajado nessa luta" a favor do ex-presidente Lula (PT).

Cercado de petistas, entre eles a ex-prefeita Luizianne Lins, Cid criticou o governo Bolsonaro, a quem chamou de "sem rumo, biruta, que não sabe o que faz na saúde e na educação".

Em seguida, disse que é fundamental que "a gente tenha um governo que seja republicano, sério, que trate com responsabilidade e acima da politicagem os gestores deste País".

Internamente no partido, as falas de Cid não foram bem recebidas, seja porque o senador prometeu engajamento irrestrito dos pedetistas, seja porque a ausência na campanha de RC ainda não foi superada.

Para o entorno do candidato pedetista, uma das razões pelas quais ele teve baixo desempenho eleitoral foi precisamente a falta de apoio principal liderança do PDT no Ceará, Cid Gomes.

Além dele, o irmão e prefeito de Sobral, Ivo Gomes, criticou a escolha de RC como candidato do PDT na briga pelo Abolição.

Também deputado federal, Idilvan Alencar (PDT) nega rumores sobre uma potencial saída de Cid da agremiação. "Fui para a reunião com Cid, foi tranquila. Mas não dá pra fazer avaliação do que pode ocorrer", conta, referindo-se a um encontro entre o senador e deputados do partido.

A reportagem procurou Cid Gomes por meio da assessoria de imprensa, mas não houve retorno até o fechamento da edição.

Com informações portal O Povo Online

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