25 de dezembro de 2022

E era só? por José Flavio Vieira

A nova administração da Rádio Educadora propôs a Vicelmo trabalhar como "mero voluntário" (Foto: Acervo pessoal)

Antônio Vicelmo faz parte da cratensidade, assim como o pequi, o filhós, o doce de buriti. São quase seis décadas no ar, trazendo a notícia, trabalhada com tempero e carisma, ao Povo Kariri.

 O seu noticiário já faz parte das manhãs caririenses,  como o café no bule, a tapioca na nata e o cuscuz com leite. Além da informação diária, Vicelmo nos traz sua irreverência e poesia. 

É um dos baluartes da amplificação da Cultura de Tradição, a ele devemos a difusão de poetas como Patativa do Assaré e de figuras míticas como Vicente Finim. 

Hoje, um trabalho de quase sessenta anos se viu interrompido, abruptamente, pela nova administração da Rádio Educadora que o propôs trabalhar como mero voluntário. 

Vicelmo já trabalhava sem nenhum vínculo, há vários anos, recebendo apenas um percentual da publicidade que seu programa conseguia pela vasta audiência. Como não existe voluntariedade imposta, a proposta parece totalmente descabida e desrespeitosa para um profissional da importância de Antônio Vicelmo, cuja audiência ajudou a manter viva a Rádio Educadora por muitos e muitos anos. 

Esperava-se uma lhaneza de trato e uma negociação mais profissional, vindo de uma nova administração, de viés religioso, que diz trazer a "Boa Nova". 

Os demais funcionários da Rádio estão atônitos, na certeza de que se um dos ícones da emissora foi tratado desta maneira, imaginam o que acontecerá com os funcionários mais simples. 

Certamente, com a porta fechada, outras se abrirão, mas Vicelmo e o Cariri não mereciam viver o que hoje estão vivendo. 

Essa foi uma Péssima Nova para 2023.

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