11 de dezembro de 2022

O tamanho do Ceará no governo Lula, Guálter George

O tamanho do Ceará no governo Lula charge de Carlus Campos

Uma consulta nos últimos dias a gente que mantém alguma proximidade com as conversas que acontecem a partir das reuniões intensas no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do governo de transição, em Brasília, aponta coisas interessantes para o Ceará quando o novo poder se instalar, em 1º de janeiro próximo. A expectativa predominante é de que teremos uma dose boa de protagonismo, a partir de atores da polícia local que Lula, na presidência, planeja valorizar.

Como destacou uma das fontes, a transição já demonstra isso com clareza pelo registro de uma presença expressiva de vozes cearenses espalhadas por vários grupos que estão formados para elaborar diagnósticos acerca do país que o novo governo deverá receber. O caso mais visível é o do senador eleito Camilo Santana, integrado ao debate sobre desenvolvimento regional, e, tem-se como certo, somente não deve virar ministro porque sua capacidade de articulação política tem impressionado e há um entendimento de que será útil no Congresso, onde se espera grandes batalhas, que exigirão as melhores forças para serem vencidas.

No total, são 25 cearenses oficialmente integrados aos grupos de transição. Alguns chamam bastante atenção, como é o caso de Arialdo Pinho, de ligações históricas com os irmãos Ciro e Cid Ferreira Gomes, chamado a contribuir no debate sobre a área do turismo. Uma especialidade dele, sem dúvida, que, inclusive, é atualmente secretário no Ceará e atua no setor como empresário desde algum tempo. Por exemplo, tem sua participação direta a criação, muitos anos atrás, do hoje celebrado, até internacionalmente, Beach Park.

Dentro do PT, mesmo, animou muita gente o resgate do ex-deputado e ex-senador José Pimentel para participar da transição, lembrando-se que está recolhido da vida pública há algum tempo. Histórico no partido, soldado de muitas missões e que sempre conseguiu cumpri-las bem, o seu nome está apontado para a primeira prateleira do novo governo Lula, mesmo que não seja à frente de um ministério. Aliás, no seu histórico de tarefas cumpridas como petista há o registro de sua exitosa passagem pela pasta da Previdência Social, portanto, em qualquer circunstância será um ambiente que já demonstrou condições plenas de frequentar com tranquilidade e eficiência.

Hoje governadora do Ceará, Izolda Cela tende mesmo a estar na equipe e à frente de uma pasta importante, a de Educação. Ninguém consegue, daqui, bancar que a situação esteja definida nesse sentido, mas o que chega de informação de Brasília indica que o martelo está batido e que ela, com apoio de segmentos importantes de entidades da sociedade ligadas à temática, troca o Palácio da Abolição pela famosa Esplanada de Brasília depois da virada de ano e, no plano federal, de governo.

Lula também precisará de cearenses para tocar suas estratégias a partir do Congresso. É onde entram nomes como o de Camilo Santana, já citado anteriormente, e do reeleito deputado federal petista José Nobre Guimarães, que agora participa das principais articulações e, está certo, ocupará um cargo estratégico nas posições de lideranças governistas que se espalham pelas duas casas. É um desenho geral que, transformado em realidade, poderá representar alguma coisa concreta em favor do Estado, sem, no entanto, ser uma garantia total nesse sentido. Nem sempre uma coisa tem a ver com a outra.

Tasso, chegadas e saídas

O cearense Tasso Jereissati (PSDB) já se despediu do Senado e do mandato, com seu último pronunciamento a partir da tribuna. Fez um paralelo do momento em que chegava ali para o primeiro mandato, no começo e 2002, e a fase atual, em que encerra o segundo, lembrando que entre um e outro há um fato comum: Lula como presidente da República. No entanto, manifesta-se preocupado com o quadro inédito de hoje de ameaça à democracia, adiantando que seguirá na sua defesa, agora como um mero cidadão.

PT e PDT, de novo

E a temporada de eleições suplementares para prefeitos segue firme e, neste domingo, agita pelo menos uma cidade cearense: Baixio. O interessante deste caso é que envolve candidaturas ligadas ao PDT (Zico) e ao PT (Kacilda Alencar), ou seja, é mais um sinal de divisão entre correntes políticas que tentam se entender após a crise entre elas que resultou do processo eleitoral de 2022. Tudo bem que não se acredita que o município em questão tenha peso para inviabilizar o bom entendimento que se busca no plano estadual.

Sete vezes líder

O cearense André Figueiredo está escolhido para continuar como líder da bancada do PDT na Câmara Federal, mesmo com a mudança de composição na próxima legislatura. É a sétima vez, coisa inédita e que não se deve entender como fato qualquer porque é uma posição disputada e que garante a quem vier a ocupá-la uma posição de protagonismo nos debates e nas principais decisões que se toma dentro do Congresso. A despeito de a próxima bancada começar com nove integrantes a menos.

Cidadão se faz na escola

Merece mais atenção a boa iniciativa do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de, em acerto com a Seduc, viabilizar a inclusão no currículo das escolas de ensino médio da rede pública estadual da disciplina de Formação para Cidadania e Controle Social. O termo de cooperação técnica foi assinado na semana entre governo e TCE e a iniciativa, que é inédita no País, vai ser importante no processo de formação dos alunos como cidadãos ao explicar melhor conceitos técnicos e discutir instrumentos à disposição para o exercício do controle social.

O nome e as vantagens

Nas conversas da transição cearense o nome do deputado federal Idilvan Alencar, reeleito em outubro pelo PDT, cresce como boa opção para ocupar a secretaria de Educação no governo Elmano Freitas. Acontece que ele junta uma série de vantagens, a começar pelo ponto em que parece uma boa solução técnica, que até já ocupou o posto e deixou boa imagem. Depois, sendo pedetista, serviria ao esforço de Elmano por reaproximação com o partido, além de abrir espaço na Câmara para Leonidas Cristino, que é simpático à tese da volta da aliança.

Com informações portal O Povo Online

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