15 de abril de 2022

Uso de máscara em locais fechados não é mais obrigatório no Ceará

O anúncio foi feito pela governadora Izolda Cela nas redes sociais (Foto: José Wagner)

A partir de hoje (15/04), o uso de máscaras em locais fechados não é mais obrigatório no Ceará, com exceção dos equipamentos de saúde e do transporte público. O anúncio foi feito pela governadora Izolda Cela na tarde de ontem através de suas redes sociais. A liberação já havia sido antecipada pelo jornal O POVO na quarta-feira, após a secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Richristi Gonçalves, afirmar que a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) deveria votar a favor da flexibilização na reunião de ontem.

No Decreto Estadual publicado ontem (14/04) com a determinação, o uso da proteção continua recomendado para "idosos, pessoas com comorbidades ou que estejam com sintomas gripais".

De acordo com o titular da Sesa, Marcos Gadelha, os casos confirmados em Fortaleza estão muito baixos, "chegando a quase zero". Atualmente, conforme ele, a cada 100 exames, apenas um dá positivo. O cenário se repete no Ceará, a cada 100 pessoas, apenas 2 ou 3 apresentam exame positivo.

Izolda destacou a cobertura vacinal do Estado, com mais de 19 milhões de doses aplicadas, com 86% de cobertura com as duas primeiras doses e cerca de 60% em relação à terceira dose. A governadora afirmou que o Estado está em um bom patamar em relação ao País, mas frisou a importância de se ampliar a cobertura com a dose de reforço para garantir maior segurança.

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), também já havia falado sobre a liberação, afirmando que a Capital estaria perto da definição técnica sobre a liberação do uso de máscaras em ambientes fechados. A obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos foi retirada ainda na gestão de Camilo Santana (PT), em 21 de março. A decisão se pautou nos baixos números de casos e transmissão da doença no Ceará.

Thereza Magalhães, pesquisadora e professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), defende que a população deve optar por continuar usando a máscara. Ela destaca que a não obrigatoriedade não é uma recomendação para não se usar a proteção.

"Estamos com baixa taxa de transmissão da Covid-19 no momento, então é natural a ansiedade da sociedade para retirar as máscaras, principalmente depois dos dois longos últimos anos. A não obrigatoriedade era algo esperado de acontecer", considera.

A epidemiologista frisa que, em situações onde há muita proximidade entre as pessoas, "não custa continuar usando mais um pouco as máscaras", mesmo que não seja obrigatório. Com a dispensa das máscaras, a população deve aumentar os cuidados com síndromes gripais e "o distanciamento seria bom também, sempre que possível".

"Não temos segurança absoluta das consequências da retirada das máscaras neste momento, pois não vivemos nada ainda parecido com o atual momento no Brasil", justifica. Thereza aconselha que, na dúvida do risco, as pessoas continuem com o uso das máscaras por mais algum tempo, "até passarmos com segurança por mais essa transição". "O mais relevante mesmo é que hoje estamos muito melhores do que estivemos ontem", acrescenta.

Para Luciano Pamplona, biólogo epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), a desobrigação do uso de máscara em locais abertos é justificável. "A máscara é um equipamento de proteção individual, que durante a pandemia, por causa da transmissão em todo canto, funcionou bem como medida de saúde coletiva", afirmou.

Contudo, ele alerta que qualquer pessoa com sintoma respiratório deve utilizar a proteção. "Qualquer pessoa com sintomas, seja Covid-19 ou não, use máscara em casa se morar com idosos, crianças ou pessoas imunodeprimidas e, se for sair de casa, utilize obrigatoriamente", defende.

Com informações portal O Povo Online

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