5 de fevereiro de 2019

"Um adeus à velha política?" por Geraldo Luciano


Desde as grandes manifestações de rua que culminaram no impeachment de Dilma Rousseff, fala-se em renovação política. O apoio que os referidos movimentos expressaram em relação à Operação Lava Jato indicam crescente conscientização da sociedade, que passa a expressar maior repúdio à corrupção e às práticas imorais que se tornaram lugar-comum na velha política. As velhas raposas de Brasília e os demagogos populistas já não conseguem manipular facilmente os eleitores. Hoje, paira sobre todos os políticos uma imensa sombra de desconfiança e a grande renovação do Congresso junto com a maior renovação da história do Senado confirmaram esse intenso desejo de mudança.


Aqui no Ceará tivemos a surpresa de eleger Eduardo Girão. Se o que buscamos são exemplos de novas e boas práticas, Girão já deu o que falar abrindo mão de privilégios, dispensando quase todas as regalias a que teria direito como parlamentar e cortando pela metade o número de assessores. O corte é importante não apenas pela redução de custo, mas pela maximização de eficiência. Enxugar a máquina estatal é também uma forma de modernizar a administração pública, melhorando a capacidade de gestão.

Em Minas Gerais, herdando do último governador enorme rombo financeiro, Romeu Zema (partido Novo) prometeu administrar o caos das contas públicas com austeridade. Começou cortando o número de secretários, que fechou em onze, oito dos quais foram escolhidos segundo critérios técnicos, por meio de processo seletivo.

A despeito desses exemplos, muitos insistem nas velhas práticas. A nomeação de secretários, por exemplo, ainda é usada como moeda de troca para apoio político e governadores acabam deslocando pessoal técnico para acomodar aliados derrotados nas urnas, dando margem à manobras e conchavos eleitoreiros já rechaçados pela sociedade ávida por honestidade, probidade, renovação e boa gestão.

Mas as urnas já deram o recado em 2018 e darão novo recado em 2020. A tendência é que se tenha até lá um eleitor mais consciente, mais exigente e ainda menos passivo em relação à corrupção e à falta de ética.

Publicado originalmente no portal O Povo Online


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