25 de junho de 2020

Funcionários do Banco Mundial se manifestam contra nomeação de Weintraub

A nomeação de Weintraub para o Banco Mundial ainda precisa passar por aprovação do grupo de países do qual o Brasil faz parte (Foto: Sérgio Lima)

A associação de funcionários do Banco Mundial, chamada WBG Staff Association, enviou uma carta ao conselho de ética da instituição, nesta terça-feira (24/06), rejeitando a indicação de Abraham Weintraub ao cargo de diretor executivo do órgão internacional. O grupo pede que a nomeação seja suspensa até o fim de uma investigação sobre declarações de caráter racistas dadas pelo ex-ministro da Educação do Brasil.

"O Grupo Banco Mundial acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição. Isso significa um compromisso de todos os funcionários e membros do grupo de expor o racismo onde quer que o vejamos. Acreditamos que o Conselho de Ética do Banco Mundial compartilha essa visão e fará tudo ao seu alcance para aplicá-la", reinvidicou a associação de funcionários, por meio de nota pública.

Na segunda-feira (23/6), o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou o inquérito aberto contra Weintraub por racismo para  a primeira instância por ter perdido o foro privilegiado ao sair do primeiro escalão do governo federal. Na nova condição, o ministro entendeu que o ex-ministro não deveria mais ser julgado pelo STF.

No mesmo dia, o governo federal modificou a data de exoneração do ex-ministro. Primeiramente publicada em edição extra do Diário Oficial da União, do último sábado, a demissão de Weintraub foi alterada para o dia anterior, segundo decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Com a nova data, a entrada dele nos Estados Unidos, no próprio sábado, pode ter desrespeitado a legislação que obriga estrangeiros a cumprir quarentena em outro país em meio à pandemia do novo coronavírus.

Weintraub também passou a ser investigado no inquérito das fake news após o vídeo da reunião ministerial em que chamou os ministros do STF de “vagabundos" e dizer que queria "todos eles na cadeia" ser divulgado. Essas falas deram origem às turbulências políticas que culminaram na saída dele do Ministério da Educação (MEC). 

Antes disso, porém, a gestão do ex-ministro da Educação foi recheada de polêmicas. Uma delas ironizou o sotaque de asiáticos por meio do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para culpar a China pela pandemia de covid-19, em abril. Atitude que o Código de Ética do Banco Mundial coíbe.

A nomeação de Weintraub para diretor executivo do conselho administrativo do Banco Mundial ainda precisa passar por aprovação do grupo de países do qual o Brasil faz parte, o chamado constituency. O que pode demorar até quatro semanas, segundo a própria instituição internacional.

Os outros oitos países do grupo com poder de voto são Colômbia, Equador, Haiti, Panamá, Suriname, República Dominicana, Filipinas e Trinidad & Tobago. Até o momento, nenhuma dessas nações deu mostras de resistência à indicação de Weintraub. E nunca uma candidatura brasileira ao Banco Mundial foi contestada. Caso seja eleito, o ex-ministro tem mandato válido até 31 de outubro, com probabilidade de ser renovado no mês seguinte.

Com informações portal Correio Braziliense

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