27 de junho de 2011

Parada Pela Diversidade Sexual: festa para todos os públicos

A Parada pela Diversidade Sexual
em Fortaleza – foto Edimar Soares
Cerca de um milhão e duzentas mil pessoas prestigiavam o evento de ontem. O trio da Atrac era um dos seis que desfilaram – o público viu ainda o carro do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), um da Coordenadoria Estadual LGBT, o trenzinho do projeto Arte de Amar e dois trios de boates. 

“A parada é irreverente também, mas nosso objetivo é que ela seja um evento de visibilidade, que as bandeiras das lutas sejam mais visíveis”, frisou Francisco Pedrosa, presidente do Grab. E lembrou: o tema deste ano é Unidos e unidas somos mais fortes, pela aprovação do PLC 122/2006 Já!. 

Segundo o Grupo de Resistência Asa Branca, que organiza a Parada pela Diversidade Sexual desde a sua primeira edição, só em 2010 foram assassinados 260 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil, em crimes motivados pela orientação sexual ou identidade de gênero das vítimas.

O PLC 122 versa sobre a criminalização da homofobia, fazendo dela crime assim como o racismo. Além da festa, a parada é também um ato político. “Ah, eu acho que é tudo: festa, pra dizer que a gente é homossexual”, englobou Michelle Victor, 32. Cabeleireira, ela se traveste de dia e de noite, coragem que nem todo mundo tem. “Olha, eu fico indignada com quem discrimina a gente”, lamentou Suelle Victória, 29. “Alguns amigos meus queriam vir montado, mas foram influenciados por outros”. Já Michelle trocou a Parada de São Paulo por Fortaleza, que neste 2011 aconteceram, por coincidência, no mesmo dia. “Lá é mais gente, mais homem. Mas eu estou adorando porque gosto mesmo do babado”.

Pouco à frente dela, um rapaz magrinho se abaixava e protegia os cabelos. “Ai minha escova!”. Do outro lado, uma fileira de homens e mulheres de branco e rosas na mão: com elas jogavam água de cheiro nos passantes. “A água é para abrir os caminhos de todos aqueles que estão aqui”, explicou Emerson Caetano, umbandista. Este é o Ano Internacional dos Afro Descendentes, e por isso o convite. Aliás, não só: “Na umbanda, não tem preconceito. Somos humanos antes de sermos brancos, pretos, gays, heteros, baixos ou altos. Não vai ser eu que vou julgar”, explicou a Mãe Índia, responsável pela casa Cabocla Jurema, no bairro Itaperi. Do alto do trio elétrico da Atrac, a mestre de cerimônia gritava: “Um beijo no coração da cidade, enfim, de um modo geral”.

A Parada pela Diversidade Sexual acontece sempre no último domingo de junho, pela proximidade com o dia 28, Dia Mundial da Consciência Homossexual. A data foi motivada pela reação de um grupo norte-americanos de homossexuais contra a violência, no episódio conhecido como Levante de Stone Wall. Isso aconteceu há 42 anos.


Com informações O Povo Online

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