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Manifestação a favor da anistia dos golpistas na Praça Portugal (Foto: Mariana Lopes) |
Os alvos centrais da manifestação foram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com bandeiras dos Estados Unidos e cartazes de agradecimento a Donald Trump, e também da aplicação de sanções a Moraes.
Estavam presentes praticamente todos os membros do PL cearense com mandato, além do senador Eduardo Girão (Novo), pré-candidato a governador, e do ex-deputado federal Capitão Wagner, presidente do União Brasil no Ceará, que pretende ter candidato a governador.
As conversas para unificar a oposição foram atrapalhadas depois que o deputado federal André Fernandes anunciou que o PL terá candidato próprio a governador e descartou apoio a nomes como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ou o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. Naquele dia, Bolsonaro foi alvo de operação para colocar tornozeleira eletrônica e, na mesma manhã, Ciro divulgou vídeo com críticas ao presidente Lula, mas também à família Bolsonaro. A segunda parte não foi bem recebida. Desde então, líderes oposicionistas tentam contornar o mal-estar.
Capitão Wagner declarou que tanto Ciro Gomes e Roberto Cláudio quanto ele próprio se colocaram à disposição para concorrer. Segundo ele, ainda não é o momento para definição de candidaturas, e o mais importante é manter a coesão do grupo.
"Meu nome está à disposição do Roberto Cláudio. O Ciro tem dito pra gente também que o nome tá à disposição. (...) Definir o nome agora não é inteligente. O que a gente precisa garantir é que estaremos unidos, independente de quem seja o nome", disse Wagner.
Segundo o deputado estadual Sargento Reginauro (União Brasil), também presente ao evento, o diálogo com Ciro Gomes tem se fortalecido, mas ele reconhece que houve momentos de instabilidade e divergência.
“O diálogo com Ciro continua se fortalecendo, com Tasso Jereissati (PSDB), com Wagner. Então, a oposição no Ceará vai trabalhar por um palanque único. Houve um momento de instabilidade, natural quando grandes lideranças políticas se divergem em qualquer ponto. É natural que o Ciro diga o que pensa e que o deputado André Fernandes defenda o que ele pensa, mas nós temos um ponto em comum”.
“Desde que o Ciro foi ao café da oposição, ele deixou bem claro, ele foi muito sincero. Nós temos divergências históricas, mas estamos unidos por um objetivo comum. Essa fala resume tudo”, conclui o deputado estadual.
Interlocutores da oposição apontaram que a manifestação de Fernandes não foi comunicada previamente e que teria sido tomada em decorrência da postagem crítica de Ciro direcionada a família Bolsonaro, classificando os últimos movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como "burrice".
Ainda assim, o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai de André Fernandes e apontado como futuro candidato ao Senado, disse que Ciro e Roberto Cláudio são “bons nomes”, porém afirmou que o grupo ainda deve se reunir para debater o assunto.
O senador Eduardo Girão (Novo), um dos primeiros a se colocar como pré-candidato, evitou antecipar articulações políticas para 2026. Ele considera que é cedo para discutir o assunto, mas defende seu nome para o pleito do próximo ano.
“Hoje eu sou pré-candidato ao governo do Ceará porque sempre fui contra a reeleição, por princípio. E eu acredito que, se eu estou num xadrez político e as pessoas têm realmente acompanhado o nosso trabalho, é um nome legítimo que a gente possa colocar”, destacou. No caso de o PL ter mesmo candidato próprio, a filiação de Girão é tida como alternativa.
Durante o ato, um homem chegou a pedir para colocar faixa em referência a Ciro Gomes (PDT) e perguntou aos organizadores se haveria problema. Eles responderam que o foco da manifestação era contra Moraes e o pedido de anistia, sem relação com a possível aliança eleitoral. A faixa não foi exposta.
Liderança da extrema-direita
O ato foi também o primeiro a reunir publicamente Carmelo e André Fernandes (Foto: Mariana Lopes)
Outros políticos presentes eram Kamila Cardoso (Avante), ex-candidata ao Senado, Soldado Noélio (União Brasil), vereador de Fortaleza, Dayany Bittencourt (União Brasil), deputada federal, Carmelo Neto (PL), deputado estadual, acompanhado da esposa Bela Carmelo (PL), vereadora de Fortaleza.
O ato foi também o primeiro a reunir publicamente Carmelo e André Fernandes desde o anúncio de que este último assumirá a presidência estadual do partido na vaga do deputado estadual.
O ex-presidente Bolsonaro não tem permissão de participar presencialmente dos atos devido às medidas cautelares da Justiça, que o mantêm proibido de sair aos finais de semana e exigem o uso de tornozeleira eletrônica. Porém, Bolsonaro fez uma vídeo-chamada com o deputado André Fernandes, que mostrou o público para o ex-presidente.
Em contraste com manifestações anteriores, que tinham um viés religioso mais acentuado, o ato de 3 de agosto teve maior ênfase em motivações políticas. As falas concentraram-se em críticas ao STF e à gestão do presidente Lula, com menos referência a temas espirituais ou de oração coletiva.
O ato teve como palavras de ordem entoadas "fora Lula" e "fora Moraes". Houve manifestações de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foi tocada uma versão do forró Carta Branca. A letra adaptada diz: "Vai fazer isso comigo só porque eu sou o Xandão".
Taxas
de Trump
Em
julho, Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em retaliação ao
andamento de processos contra Bolsonaro e fim da suposta perseguição judicial
no Brasil, que considerou "uma caça às bruxas". O governo brasileiro
anunciou medidas de retaliação comercial e ação formal na Organização Mundial
do Comércio, classificando a iniciativa como uma “chantagem inaceitável” e
reafirmando a intenção de preservar a soberania nacional.
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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