28 de agosto de 2025

Malafaia, um homem de (qual) Deus, por Plínio Bortolotti

(Foto: Reprodução/Facebook)

Silas Malafaia faz questão de repetir que é um "líder religioso", um "homem de Deus". Sendo pastor evangélico, supõe-se ter ele o dever de fidelidade aos ensinamentos bíblicos. Mas, nos diversos sites cristão que consultei, destaca-se o poder das palavras e o bom uso que se deve fazer delas, sempre para edificar, nunca para insultar, constranger ou destruir.

Vejamos a comparação entre o que vocifera Malafaia e o que determina a Bíblia.

Palavras de Malafaia

1. “Esse seu filho Eduardo é um babaca (...) está dando a Lula e a esquerda o discurso nacionalista e, ao mesmo tempo, te ferrando.” (Troca de mensagens no telefone apreendido de Bolsonaro, agosto 2025.)

2. "Temos uma direita prostituta, vagabunda, que se vende.” (Ato na av. Paulista, julho 2025.)

3. “Desgraçado que rasga a Constituição”. (Sobre o ministro Alexandre de Moraes, em vídeo, agosto 2022)

3.1. Desgraçado, na linguagem religiosa, significa aquele que perdeu a graça divina, mas, segundo os ensinamentos cristãos, Deus não abandona ninguém, nem mesmo os pecadores.

Palavras de Deus, segundo a Bíblia:

Paulo aos Colossenses (3:8,9): "Mas, agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca". "Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos".

Paulo aos Efésios (4:29): “Nenhuma palavra má saia de sua boca, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.”

Mateus (12:36-37): “Eu vos digo: no Dia do Juízo, cada pessoa prestará contas de toda palavra inútil que tiverem proferido”. “É por tuas palavras que serás justificado ou condenado”.

"Otário", "lixo moral", "bandido", "vagabundo", “estúpido” são termos recorrentes no vocabulário público de Malafaia, que só fala gritando. Ele pediu desculpas pelas palavras ditas em privado, porém as públicas também são “torpes”.

A contradição com os ensinamentos cristãos é evidente. Mas quem sou eu para julgar do ponto de vista religioso? 

Mas lembro que a vulgaridade é uma das características do fascismo, como anotou o jornalista Magela Lima em artigo recente.

Publicado originalmente no portal O Povo +

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